Documento aponta oito municípios com potencial para ter um campus da instituição. Um deles é Campo Grande, que teria a segunda unidade.
O Conselho Superior (Cosup) do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) aprovou, em reunião extraordinária realizada no último dia 29, um estudo preliminar que levantou dados e informações para uma possível expansão da instituição para outros municípios do Estado.
Com um arcabouço teórico que analisa o desenvolvimento econômico brasileiro nos últimos 40 anos e dados da conjuntura econômica e social de Mato Grosso do Sul, o documento sugere a possibilidade de criação de oito novos campi do IFMS. Os municípios com potencial para receber a instituição são: Campo Grande, Chapadão do Sul, Paranaíba, Sidrolândia, Rio Brilhante, Maracaju, Amambai e Aparecida do Taboado.
“O estudo que conduzimos oferece ao Governo Federal uma base sólida para avaliar onde e como novas unidades do IFMS podem ser mais benéficas. Queremos que a expansão contemple regiões que necessitam de nossos serviços e que tenham condições de sustentar esses campi no futuro”, enfatiza Fernando Silveira, pró-reitor de Desenvolvimento Institucional.
“A abertura de novos campi transcende a vontade institucional e requer uma abordagem sustentável, assegurando que cada nova unidade possa prosperar a longo prazo e atender às necessidades do Estado. Este estudo é uma peça importante para planejar uma expansão do IFMS que seja viável e valiosa para Mato Grosso do Sul”, destaca Fernando Silveira, pró-reitor de Desenvolvimento Institucional.
Segundo o pró-reitor, o foco da expansão do IFMS deve ser na sustentabilidade e na capacidade de atendimento, levando-se em consideração os arranjos educacionais de cada região.
“O estudo que conduzimos oferece ao Governo Federal uma base sólida para avaliar onde e como novas unidades do IFMS podem ser mais benéficas. Queremos que a expansão contemple regiões que não apenas necessitam de nossos serviços, mas que também tenham condições de sustentar esses campi no futuro, fortalecendo a educação profissional, científica e tecnológica em todo o Estado”, enfatiza.
Conheça o estudo preliminar de expansão do IFMS na íntegra!
Estudo – Foi elaborado pelo economista do IFMS, George Tada, que mapeou as regiões do Estado identificando os municípios mais populosos, mais dinâmicos e mais relevantes economicamente. Os dados foram cruzados com as informações sobre a “concorrência local”, outras instituições que oferecem cursos técnicos e superiores presenciais.
“O objetivo foi mapear aqueles municípios que possuem potencial numa possível expansão da Rede Federal [de Educação Profissional, Científica e Tecnológica] e também garantir que todas as 12 regiões geográficas imediatas, definidas pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], possuam pelo menos uma unidade, como nos casos de Amambai e da região de Paranaíba-Chapadão do Sul-Cassilândia”, explica George.
“O objetivo foi mapear aqueles municípios que possuem potencial numa possível expansão da Rede Federal e também garantir que todas as 12 regiões geográficas imediatas, definidas pelo IBGE, possuam pelo menos um campus do IFMS”, explica George Tada, economista da instituição.
Segundo Tada, alguns municípios se destacam pela importância econômica. É o caso de Sidrolândia, Maracaju e Rio Brilhante, que estão entre os dez maiores PIBs (Produto Interno Bruto) do Estado. Outros municípios foram listados devido à localização geográfica, pois estão muito distantes dos campi existentes, como é o caso de Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul e Paranaíba.
“Além disso, entre 2010 e 2022 Chapadão do Sul registrou variação de quase 65% de sua população e em Aparecida do Taboado essa variação foi de cerca de 24%, colocando-os entre os municípios com as maiores taxas de crescimento populacional. A região se destaca também pelo avanço da indústria de papel e celulose”, completa o economista.
De acordo com o economista, um segundo campus na Capital seria necessário pelo fato de a cidade concentrar cerca de 30% da população de Mato Grosso do Sul.
“A Capital, sendo o maior PIB do Estado, atrai muitos investimentos e possivelmente gerará muitas oportunidades após a implantação da Rota Bioceânica, na qual se espera que Campo Grande se transforme num hub logístico”, avalia.
Já o município de Amambai foi sugerido, segundo Tada, por estar localizado na Região Geográfica Imediata de Amambai, com cerca de 40 mil habitantes, e pela necessidade de se promover o desenvolvimento dos municípios com os menores Índices de Desenvolvimento Humano IDH) e baixos PIB per capita, como os da região extremo Sul do Estado.
Expansão – A elaboração do estudo do IFMS está alinhado à possibilidade de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, já aventada pelo Governo Federal, que prevê inaugurar mais 100 novos campi até o final de 2026.
Atualmente, a Rede Federal conta com 38 institutos federais, dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II, além de escolas técnicas ligadas a universidades federais. As instituições são multicampi e atuam como unidades descentralizadas de ensino, pesquisa e extensão.
Criado em 2008, o IFMS possui campi em dez municípios: Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas.
Veja os dados completos dos municípios aptos a receber novos campi do IFMS, segundo o estudo:
Campo Grande
1) População de 916 mil pessoas, quase 1/3 da população do estado na capital, e poucas vagas ofertadas.
2) Baixa participação do IFMS no market share de cursos técnicos e superiores no município.
3) Oportunidades com a implantação da Rota Bioceânica e transformação da capital em hublogístico.
4) Não há cursos de comércio exterior no estado. Oportunidades com logística após Rota Bioceânica.
Chapadão do Sul
1) Não havia instituição federal na Região Geográfica Imediata.
2) Município com população de aproximadamente 26,5 mil habitantes (18ª maior de MS) e com a quarta maior variação 2010/2021 (+34,9%).
3) 12ª maior economia (1,7% do PIB de MS) e 9º maior PIB per capita. 4) Significativo nível de crescimento econômico. Município classificado como “desenvolvido em declínio”.
5) Variação de 25,9% no volume de vínculos entre 2013/2020.
6) 1.113 matrículas no ensino médio e 195 matrículas na educação profissional técnica7) Oferta de 150 novas vagas no ensino superior.
Paranaíba
1) Não havia instituição federal na Região Geográfica Imediata.
2) Município com população de aproximadamente 42 mil habitantes (11ª maior de MS).
3) 19ª maior economia (1,1% do PIB de MS).
4) Nível de crescimento médio e ritmo de crescimento significativo (2013/2019). Classificado como “em desenvolvimento” no período 2013/2019.
5) 1.458 matrículas no ensino médio e 16 matrículas na educação profissional técnica.
Sidrolândia
1) Município com população de aproximadamente 61 mil habitantes (6ª maior de MS) e com maior variação 2010/2021 (+44,3%).
2) Oitava maior economia (2,2% do PIB de MS).
3) Município classificado como “em desenvolvimento”.
4) Terceiro maior ganho na participação do PIB de MS entre 2013/2020 (+0,68 p.p.).
5) O Município apresentou crescimento de 32,9% no estoque de vínculos ativos entre 2013/2021.
6) 1.764 matrículas no ensino médio e 62 matrículas na educação profissional técnica (oferta do Senai).
7) Não havia oferta de ensino superior presencial.
Rio Brilhante
1) Município com população de aproximadamente 39 mil habitantes (13ª maior de MS) e com a sétima maior variação 2010/2021 (+26,7%).
2) Sexta maior economia (2,5% do PIB de MS).
3) Alto PIB per capita. 4) Classificado com significativos níveis de crescimento econômico e de ritmo de crescimento econômico. Município “desenvolvido em expansão” (2013/2020).
5) Terceiro maior ganho na participação do PIB de MS entre 2013/2020 (+0,45 p.p.).
6) 1.387 matrículas no ensino médio e 143 matrículas na educação profissional técnica. Sem oferta no nível superior.
Maracaju
1) Município com população de aproximadamente 49 mil habitantes (9ª maior de MS) e com a sexta maior variação 2010/2021 (+30,8%).
2) Quinto maior economia (3% do PIB de MS).
3) Alto PIB per capita e elevado nível de crescimento econômico.
4) Quinto maior ganho na participação do PIB de MS entre 2013/2020 (+0,42 p.p.).
5) 1.246 matrículas no ensino médio e 131 matrículas na educação profissional técnica.
6) Oferta de 80 vagas novas em curso superior. Umas das principais regiões produtoras de grãos do estado sem curso ofertado na área.
Amambai
1) O município de Amambai é polo da Região Geográfica Imediata de Amambai. Possuía população em torno de 40 mil habitantes.
2) Não havia instituições federais e oferta de cursos profissionais técnicos na RGI. Apenas a UEMS oferta cursos superiores presenciais.
3) Municípios muito distantes do atual campus que atende a região de abrangência (Campus Ponta Porã).
4) Externalidades positivas em umas das regiões mais pobres do estado.
Aparecida do Taboado
1) Não havia instituição federal na Região Geográfica Imediata.
2) Município com população de aproximadamente 26 mil habitantes (19ª maior de MS).
3) 21ª maior economia (1% do PIB de MS).
4) Classificado com alto nível de crescimento econômico.
5) Indústria de transformação como principal atividade econômica.
6) Variação de 23,8% no volume de vínculos entre 2013/2020.
7) 1.014 matrículas no ensino médio e 99 matrículas na educação profissional técnica.
8) Não havia oferta em curso superior.
Fonte: IFMS – Por: Paulo Ricardo Gomes – Imagem: Divulgação