Mato Grosso do Sul está trilhando um caminho firme em direção a um futuro mais sustentável e ambientalmente responsável, adentrando na vanguarda das energias renováveis e da transição energética. Recentemente, o estado anunciou um investimento significativo na expansão de usinas de biometano, um passo crucial rumo à neutralidade de carbono.
No último dia 10, a Atvos revelou planos de investir cerca de R$ 350 milhões em uma nova usina de biometano em Nova Alvorada do Sul. Essa unidade inovadora, que ocupará uma área de 150 mil metros quadrados, utilizará como matéria-prima a vinhaça e a torta de filtro, subprodutos da indústria canavieira, com capacidade instalada para produzir 28 milhões de metros cúbicos de biometano.
Este empreendimento marca a segunda incursão do setor sucroenergético no segmento de biometano em Mato Grosso do Sul, após o lançamento da primeira usina pela Adecoagro em Ivinhema, que já está em processo de duplicação de sua capacidade de produção.
Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), destaca a importância desses avanços: “O Estado fez a regulamentação do biometano, somos um dos primeiros a fazer isso. A MSGás fez um edital para comprar o produto. Temos a produção de biometano na suinocultura, na Adecoagro e agora vamos reduzir a alíquota do ICMS para o biometano. Tudo isso caminha para estimular este mercado, é uma grande fronteira, uma transição energética”.
Além do setor sucroenergético, a produção de biometano já se destaca na suinocultura, como evidenciado pelo projeto da SF Agropecuária em Brasilândia, que utiliza dejetos de suínos para gerar energia por meio de geração distribuída.
Outro exemplo notável é a usina de etanol da Adecoagro, que adotou o biometano como combustível para sua frota desde o ano passado. Com a expansão da planta de Ivinhema, a empresa poderá produzir até 1,1 milhão de Nm3/mês de biometano, equivalente a 1 milhão de litros de diesel.
A crescente utilização da vinhaça na produção de biometano, visando à substituição do diesel, representa um marco na busca pela sustentabilidade. Estima-se que até 50 milhões de litros de diesel poderiam ser substituídos, reduzindo significativamente as emissões de gases de efeito estufa.
Essas iniciativas não apenas promovem a sustentabilidade ambiental, mas também contribuem para o desenvolvimento econômico do estado, alinhando-se com as metas do governo em promover práticas sustentáveis.
Verruck destaca ainda que tais inovações são incentivadas pelo governo estadual por meio de programas de incentivos fiscais, como o Leitão Vida e o MS Renovável.
O anúncio do novo empreendimento da Atvos na Expocanas é celebrado como um marco de inovação no setor sucroenergético e um avanço significativo na transição energética do estado. Mato Grosso do Sul agora se prepara para uma nova era na produção de energias renováveis.
Segundo projeções da Abiogás (Associação Brasileira de Biogás), a produção de biometano no Brasil deve crescer exponencialmente nos próximos anos, o que demonstra o potencial desse mercado e a relevância das iniciativas em curso em Mato Grosso do Sul para impulsionar essa tendência sustentável.
Por: Redação Mato Grosso do Sul Notícias * com informações da Semadesc