Uso de anabolizantes eleva risco de morte em quase três vezes, indica pesquisa dinamarquesa

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Um estudo observacional realizado na Dinamarca e publicado no renomado periódico médico Jama revelou que o uso de anabolizantes está associado a um aumento significativo no risco de morte. Durante um período de 11 anos, pesquisadores acompanharam mais de mil homens usuários de esteroides, comparando-os com quase 60 mil homens não usuários.

Os resultados mostraram que os usuários de anabolizantes apresentaram um risco de morte 2,8 vezes maior do que os não usuários. Esse risco foi ainda mais evidente em relação às mortes não naturais, como acidentes, crimes violentos e suicídios, onde a taxa de mortalidade entre os usuários foi 3,64 vezes maior.

O estudo, que contou com uma amostra significativa e um período de acompanhamento extenso, destaca preocupações sérias sobre os efeitos prejudiciais à saúde associados ao uso de anabolizantes. O endocrinologista Clayton Luiz Dornelles Macedo, coordenador do Núcleo de Endocrinologia do Exercício e do Esporte do Hospital Israelita Albert Einstein, ressalta a importância desses resultados para conscientizar sobre os perigos do uso indiscriminado dessas substâncias.

Embora o estudo tenha suas limitações, por ser observacional e não permitir a identificação das causas específicas das mortes, especialistas enfatizam que ele contribui para o acúmulo de evidências sobre os riscos à saúde relacionados aos anabolizantes.

Além disso, Macedo destaca a importância de oferecer suporte e orientação individualizados para aqueles que decidem interromper o uso dessas substâncias. Ele enfatiza que a retirada abrupta dos anabolizantes pode desencadear sintomas de abstinência e que é crucial um acompanhamento adequado para garantir uma transição segura.

Após um ano da proibição do uso de anabolizantes com fins estéticos e de desempenho no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina, Macedo observa uma melhora no nível de conscientização sobre os riscos dessas substâncias. No entanto, ele ressalta que o uso ainda é um problema no país e reforça que os riscos superam quaisquer benefícios potenciais, já que não há uma dose segura e até pequenas quantidades podem resultar em efeitos colaterais graves.

Por;: Redação Mato Grosso do Sul- Notícias * com informações da Agência Einstein/Fernanda Bassete

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