Socorristas superam desafios a cada resgate de animais durante incêndios no Pantanal

Em meio aos incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul, equipes de resgate têm enfrentado desafios para proteger a fauna local. Um exemplo recente envolve um ninho de tuiuiú ameaçado pelo fogo, localizado a cerca de 7 km de Corumbá. Os bombeiros, ao passarem pelo Rio Paraguai, avistaram o ninho sobre uma árvore com galhos secos e, prontamente, mobilizaram uma equipe para conter as chamas e proteger a árvore.

Combate ao Incêndio e Proteção do Ninho

O Capitão Samuel Pedrozo, chefe de operações dos bombeiros, descreveu a operação: “Havia bastante material combustível embaixo da árvore, o que colocava o ninho em risco. Utilizamos uma motobomba para retirar água do Rio Paraguai e apagar o fogo ao redor, garantindo a segurança do ninho”. Esta ação rápida ajudou a preservar o habitat do tuiuiú, evitando uma possível destruição.

Gretap: Resgate e Monitoramento de Animais

Além dos bombeiros, o Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap) está ativo na região, focando na busca e atendimento de animais feridos. Durante as patrulhas, a equipe tem utilizado tecnologias como drones para facilitar o monitoramento e localização de fauna em perigo. Em uma das varreduras, eles filmaram uma onça-pintada caminhando por uma área queimada, desaparecendo rapidamente na vegetação.

Equipe do Gretap em campo (Foto: Bruno Moser)

Atuação em Campo

Desde a última quinta-feira, os biólogos, veterinários e técnicos do Gretap têm percorrido a Estrada Parque e áreas adjacentes, como Paraguai-Mirim. Nas buscas, foram encontrados tanto animais mortos quanto espécies vivas, incluindo veados, jacarés e várias aves, especialmente em áreas próximas a recursos hídricos. As equipes de resgate também contaram com o apoio de pantaneiros, que fornecem informações e assistência nas áreas alagadas.

Emas avistadas pelo Gretap no Pantanal (Foto: Bruno Rezende)

Importância das áreas alagadas

A médica veterinária Franciele Oliveira destacou a importância das áreas alagadas: “Essas áreas com água, como vazantes e baías, têm sido cruciais para a sobrevivência dos animais. Sem elas, a situação seria muito mais grave”. A presença de urubus tem sido um indicador para localizar carcaças e avaliar a situação dos animais.

Monitoramento e avaliação

O grupo, com apoio de pantaneiros e tecnologias modernas, como drones, tem monitorado constantemente a fauna. Em uma das vistorias, avistaram uma família de emas entre as cinzas, aparentemente saudáveis e buscando alimento. Decidiram não interferir, já que os animais não apresentavam sinais de lesões.

Drone usado pelo Gretap (Foto: Rede Social)

Colaboração e coordenação

O Gretap é resultado de uma colaboração entre órgãos governamentais e privados, incluindo a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect), e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Essa união de esforços visa garantir uma resposta eficaz aos incêndios e a proteção da fauna do Pantanal.

Foto: Bruno Rezende

A atuação conjunta de bombeiros, brigadistas e grupos de resgate como o Gretap demonstra um compromisso significativo com a preservação da vida selvagem no Pantanal. A prevenção e o combate aos incêndios são essenciais para evitar desastres ecológicos como o de 2020. Com ações coordenadas e o uso de tecnologia, há esperança de minimizar os danos e proteger o ecossistema pantaneiro.

Edição Sergio Quevêdo Filho *con informações da Secom/Gov/MS / Por: Danielly Escher e Natalia Yahn

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