O Ibovespa engatou a 10ª alta seguida e o dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira (12), com investidores analisando novos comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o cenário fiscal.
Na cena internacional, mercados digeriram novos dados da inflação dos Estados Unidos em meio ao fortalecimento das apostas de corte de juros pelo Federal Reserver (Fed) em setembro.
Conforme noticiado pela CNN Brasil, o principal índice do mercado brasileiro fechou a sessão com avanço de 0,47%, aos 128.896 pontos, o 10º resultado positivo e a maior sequência entre o fim de 2017 e o início de 2018, quando o Ibovespa avançou por 11 pregões consecutivos.
O desempenho fez o índice acumular alta semanal de 2,08%, na 4ª semana seguida de valorização — a melhor sequência desde dezembro do ano passado.
Apesar disso, a performance acumulada no ano segue no vermelho, com queda de quase 4%.
O clima positivo levou o dólar a fechar a sessão com baixa de 0,2%, negociado a R$ 5,430 na venda, se distanciando dos picos de R$ 5,70 vistos na semana passada.
A divisa norte-americana acumulou avanço de 0,58%. Esta foi a segunda baixa semanal consecutiva, após uma série de seis semanas de ganhos.
Haddad defende fiscal
Haddad defendeu que a expansão fiscal neste momento não é boa para o Brasil e afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cortará gastos primários para ajustar as contas públicas se for necessário.
Segundo ele, o equilíbrio das contas públicas vai permitir a queda dos juros e o crescimento da economia.
“Estamos desde 2014 ou 2015 produzindo déficit pesado”, disse Haddad em sua fala. “Isso melhorou a vida de alguém?”, questionou durante sabatina em Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Haddad também negou ter convencido Lula a baixar a tensão com o Banco Central, mas afirmou que o presidente teve “certa razão” de ficar insatisfeito com atitudes da autarquia.
Haddad ainda disse que os dados econômicos divulgados recentemente têm surpreendido positivamente e que o Brasil vai crescer com inflação em queda.
“Peguem os dados dessa semana. Saíram os dados do varejo, surpreendeu. Saíram os dados de serviços, surpreendeu. Saíram os dados da inflação, surpreendeu. Ou seja, o Brasil continua crescendo com inflação em queda. Nós podemos ter um mandato me que o crescimento surpreende, a inflação surpreende, positivamente”, disse.
EUA e a inflação
Nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao produtor para a demanda final subiu 0,2% em junho, depois de ter ficado inalterado em maio.
Economistas consultados pela Reuters haviam previsto alta de 0,1%. Nos 12 meses até junho, o índice subiu 2,6%, depois de avançar 2,4% em maio.
O aumento moderado dos preços ao produtor surge após o Departamento do Trabalho ter informado na véspera uma queda inesperada do índice de preços ao consumidor de 0,1% em junho, dando força às apostas de que o Federal Reserve deve iniciar seu ciclo de cortes de juros em setembro.
*Com Reuters