Não higienizar corretamente os itens da cama pode trazer riscos significativos para a saúde a longo e curto prazo
Manter a higiene da cama é essencial não apenas para o conforto, mas também para a saúde, especialmente para quem sofre de alergias respiratórias.
A cama, onde passamos cerca de um terço das nossas vidas, pode acumular uma quantidade significativa de ácaros, fungos e outros alérgenos que podem desencadear problemas de saúde. Trocar e higienizar regularmente travesseiros, lençóis, edredons e colchões é uma prática crucial para evitar crises de asma, rinite e outras alergias.
Ácaros se alimentam de restos de pele e proliferam em ambientes úmidos e quentes, tornando a cama um local propício para seu desenvolvimento. Esses microrganismos e suas fezes são os principais causadores de alergias respiratórias. Além disso, a presença de fungos, especialmente em ambientes mal ventilados ou com alta umidade, pode agravar ainda mais os problemas respiratórios.
Veja abaixo recomendações práticas sobre a frequência de troca e higienização dos itens da cama, baseadas nas orientações de especialistas em pneumologia e infectologia. Seguir essas orientações ajudará a manter a cama limpa e saudável, proporcionando um ambiente de sono seguro e confortável.
Travesseiros
Os travesseiros devem ser trocados anualmente. Com o tempo, eles acumulam ácaros – mais de 300 mil em seis meses – que se alimentam de restos de pele.
Para reduzir esse acúmulo, é importante lavar as fronhas semanalmente e aspirar os travesseiros com aspiradores de alta potência, equipados com filtros EPA, semanalmente ou quinzenalmente.
Segundo Larissa Cau Carlet, pneumologista e alergista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), manchas ou mofo indicam a necessidade de troca imediata.
Lençóis e fronhas
Lençóis e fronhas precisam ser lavados semanalmente com água quente para eliminar ácaros e bactérias.
Conforme as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, essa prática é essencial para manter o ambiente seguro para pessoas alérgicas. “Recomenda-se que os lençóis, fronhas e edredons sejam trocados pelo menos uma vez por semana, por outros que estejam limpos”, orienta Carlet.
Edredons e cobertores
Edredons e cobertores devem ser lavados em períodos entre de seis meses e um ano, dependendo do uso e das condições do ambiente. Utilizar capas antiácaros pode oferecer uma camada adicional de proteção.
A lavagem desses itens deve seguir as instruções do fabricante, preferencialmente em lavanderias especializadas.
Colchões
Higienizá-los entre seis meses e um ano é essencial, especialmente se houver animais de estimação em casa. Empresas especializadas devem ser procuradas para a limpeza dos colchões, para evitar o uso de produtos tóxicos que podem prejudicar a saúde de pessoas com doenças respiratórias.
“A maioria dos colchões deve ser trocada a cada 10 anos, tanto por problemas infectológicos quanto por questões ortopédicas”, explica Silvio Bertini, coordenador e infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz, em São Paulo.
Ambientes e itens do quarto
Manter o quarto limpo e bem ventilado é crucial. Utilize aspiradores e pano úmido para a limpeza, evitando varrer, pois isso suspende a poeira e os ácaros no ar.
Fungos e mofo nas paredes devem ser removidos imediatamente para prevenir exacerbações de asma e rinite.
“Deve-se evitar tapetes, carpetes, cortinas e almofadas nos ambientes domiciliares dos pacientes com alergias respiratórias, pois esses objetos podem acumular poeiras, ácaros e mofo”, ressalta Carlet.
Riscos para a saúde
Não higienizar corretamente os itens da cama pode trazer riscos significativos para a saúde a longo e curto prazo. A presença de ácaros e fungos pode desencadear crises de asma, rinite e outras alergias.
Manter a higiene da cama e do ambiente é crucial para a prevenção dessas crises e para garantir um sono saudável e restaurador. “O problema não está nos ácaros em si, mas nas fezes deles, que acabam causando quadros de alergia”, alerta Bertini. Além disso, manter o quarto bem ventilado e livre de poeira é essencial para um ambiente saudável.
Por: Priscila Carvalho