Com força do dólar, alimentos devem seguir pressionando inflação, dizem economistas

Índice inflacionário variou 0,39% em novembro, mostrou IBGE nesta terça-feira (10)

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro indica que que pressão sob os preços, puxada pelo grupo Alimentação, deve se estender em dezembro, segundo economistas.

O índice inflacionário variou 0,39% em novembro, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10).

A expectativa é que, no curto prazo, IPCA continue pressionado principalmente pelo grupo de Alimentação e bebidas, que teve alta de 1,55% em novembro, puxado pelo preços das carnes (8,02%).

André Braz, economista do Ibre/FGV, afirma que os resultados de dezembro devem manter o patamar dos dados desta terça.

“Se espera que o grupo de Alimentação continue pressionado, especialmente pelo ciclo da agropecuária e o aumento do volume de importação com desvalorização cambial, devem continuar por fatores sazonais, com aumento do consumo”, explica o economista.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, reforça os fatores que devem seguir pressionando os preços em dezembro, com destaque para a piora da desvalorização do real frente ao dólar.

“A inflação corrente permanece elevada, com uma trajetória pressionada por fatores como o crescimento acima do potencial, o mercado de trabalho aquecido, o câmbio depreciado e as expectativas de inflação desancoradas”, escreveu em comunicado ao mercado.

Braz ressalta que energia elétrica, responsável por ajudar a frear a inflação de novembro, deve ter recuo menor em dezembro.

“Teremos a mudança da conta de luz da bandeira amarela para a verde, o que representa uma redução no preço da energia, porém, menor do que a mudança da vermelha para amarela”, disse.

Conforme noticiado pela CNN Brasil, além da mudança na bandeira de energia elétrica, a Black Friday também influenciou na deflação de novembro, levando à desaceleração dos 0,56%  de outubro.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, destaca que é possível notar uma piora na qualidade da inflação ao olhar a média trimestral.

“Dados continuam sugerindo uma piora na qualidade dos números de inflação, o que seria consistente com uma aceleração da alta de juros do BCB para 0,75 ponto percentual. De forma preliminar, o IPCA deve fechar em alta de 4,93% este ano e 5,51% em 2025”, explica.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, explica que desaceleração, apesar de dentro do esperado, apresenta pressão acima do previsto sobre o grupo de Serviços.

“Embora essa dinâmica dificilmente tenha surpreendido o mercado, apesar de trabalhar com uma mediana mais elevada para o núcleo”, pontua.

Por: Patrick Fuentes

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