
Com base nos dados da PMC e da PMS, que registraram alta em fevereiro, a CNC projeta continuação do avanço para os setores em 2025
Mesmo em um cenário internacional de incertezas e volatilidade cambial, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta um ano de crescimento moderado para os setores que representa. A expectativa é de avanço de 4% no comércio varejista restrito, 3,5% nos serviços e 5,5% nas atividades turísticas em 2025, impulsionado principalmente pela recuperação da renda e pelo baixo desemprego. Em fevereiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) registrou alta de 0,5% no volume de vendas no comércio varejista restrito, enquanto a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) apontou crescimento de 0,8% no volume de serviços prestados. Esses resultados reforçam a retomada da atividade econômica e embasam as projeções da CNC para o ano.
Segundo o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o desempenho recente dos setores indica uma recuperação gradual. “Mesmo com os juros ainda em patamar elevado e com as tensões no comércio internacional, os setores mostram capacidade de adaptação e resposta rápida à melhora das condições internas, como a queda do desemprego e a renda mais estável das famílias”, afirma.
Comércio: alta sustentada pelo consumo essencial
O comércio varejista restrito cresceu 0,5% em fevereiro e atingiu novo recorde histórico, impulsionado pelos hipermercados e supermercados. Para 2025, a CNC projeta crescimento de 4%, com destaque para segmentos ligados ao consumo essencial, como alimentos e medicamentos.
“O consumo de bens essenciais continuará sendo o motor do varejo. A inflação sob controle e o mercado de trabalho aquecido favorecem essa trajetória, embora a volatilidade cambial e os desdobramentos da guerra tarifária entre EUA e China possam trazer pressões aos preços dos importados”, analisa João Vitor Gonçalves, economista da CNC responsável pelas projeções.
Serviços: estabilidade com viés positivo
No setor de serviços, a expectativa é de crescimento de 3,5% em 2025. Em fevereiro, o setor avançou 0,8%, com destaque para os serviços de tecnologia da informação e comunicação, que cresceram 5,9% no mês.
Gonçalves ressalta que os serviços têm mostrado mais resiliência às variações externas, por dependerem menos de insumos importados. “A digitalização das empresas e a recuperação da demanda por serviços pessoais e corporativos sustentam essa projeção”, avalia.
Turismo: crescimento com fôlego moderado
As atividades turísticas devem crescer 5,5% em 2025, mantendo a tendência de recuperação iniciada no pós-pandemia. Em fevereiro, o setor cresceu 2,8%, após queda em janeiro, impulsionado pela redução dos preços das passagens aéreas.
“A recuperação do turismo continuará, mas em ritmo mais gradual. A taxa de desemprego baixa favorece as viagens, mas o enfraquecimento da economia pode limitar os gastos das famílias com lazer”, explica Gonçalves.
Com um cenário externo ainda instável, a CNC adota postura cautelosa, porém otimista. “A economia brasileira deve crescer com base na demanda interna. O setor terciário seguirá contribuindo significativamente para a geração de empregos e para a estabilidade do consumo”, conclui o economista.
Confira aqui as análises da PMS e da PMC na íntegra
Fonte: Fecomércio/MS