
Referência do mercado acionário brasileiro subiu 1,76%, a 138.963 pontos
O Ibovespa teve alta nesta terça-feira (13), renovando máxima história, com balanços no radar e dados dos EUA. Enquanto o dólar teve uma queda de mais de 1%, à medida que investidores avaliavam dados de inflação dos Estados Unidos, a trégua tarifária com a China, com foco também na ata do Copom no Brasil.
O Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subiu 1,76%, a 138.963 pontos, superando o patamar alcançado no dia 28 de agosto de 2024, quando atingiu a máxima de 137.343 pontos.
Já dólar à vista encerrou no campo negativo e caiu 1,33%, a R$ 5,6075 na venda.
Acordo comercial
Os movimentos do real nesta sessão ocorriam na esteira de perdas da moeda dos EUA frente a pares fortes, como o euro e o iene, e contra emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno.
Os investidores seguiam reagindo ao anúncio de um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo na véspera, com o apetite por risco do pregão anterior cedendo lugar a uma maior cautela enquanto se aguardam mais detalhes sobre os próximos passos na disputa comercial.
EUA e China apresentaram na segunda um acordo para reduzir suas tarifas punitivas impostas em abril por 90 dias, com Washington cortando suas taxas de 145% sobre produtos chineses para 30%, enquanto Pequim diminuiu as tarifas de 125% sobre importações norte-americanas para 10%.
Conforme noticiado pela CNN Brasil, o anúncio do acordo fortaleceu o dólar globalmente na segunda-feira, uma vez que melhoraram as perspectivas sobre a economia norte-americana, vista como a principal prejudicada da guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Mas uma vez que persistem incertezas sobre os desenvolvimentos da guerra comercial nos próximos meses, os agentes financeiros optavam por reverter algumas posições na sessão desta terça, provocando perdas para o dólar.
“Começamos o dia com uma leve inversão do que vimos ontem… Hoje existe uma certa moderação. Por mais que seja interessante que o acordo tenha sido firmado, a realidade ainda bate nas portas”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
“As tarifas ainda são elevadas frente ao que tínhamos antes, ainda tem uma janela para negociações que não significa que tudo vai ser resolvido e a Casa Branca vai continuar com sua retórica errática”, completou.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,26%, a 101,460.
Inflação ao consumidor nos EUA
No cenário externo, os mercados também estavam atentos a dados de inflação ao consumidor nos EUA, que também ajudavam na queda da divisa norte-americana.
O governo norte-americano informou que o índice CPI teve alta de 0,2% em abril, em dado abaixo da projeção de ganho de 0,3% em pesquisa da Reuters. Em 12 meses, a inflação foi a 2,3%, abaixo dos 2,4% esperados por analistas.
Apesar de o CPI não ser o índice utilizado pelo Federal Reserve para sua meta de inflação, o resultado fornecia maior confiança em um controle das pressões de preços no país, fomentando expectativas de mais espaço para cortes de juros.
Ata do Copom
Na cena doméstica, o foco estava em torno da ata da reunião da semana passada do Banco Central, em que os membros elevaram a Selic em 0,5 ponto percentual, a 14,75% ao ano, e deixaram em aberto o movimento do encontro de junho.
No documento, o BC afirmou que os membros avaliam que, em um ambiente de expectativas de mercado desancoradas, é necessária uma restrição monetária maior e por mais tempo do que seria apropriado em outro momento.
A perspectiva de juros altos mantém o diferencial de juros do Brasil favorável, o que também é um impulso positivo para o real.
*Com informações da Reuters