A colheita do milho para a segunda safra 2023/2024 em Mato Grosso do Sul começou com um avanço significativo em comparação ao ano anterior. De acordo com dados fornecidos pelo Projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS, até o dia 14 de junho, já haviam sido colhidos 4,2% da área total destinada ao cultivo do milho. Este progresso reflete um crescimento de 4,16 pontos percentuais em relação ao mesmo período da safra 2022/2023.
Distribuição regional da colheita
A região sul de Mato Grosso do Sul está na dianteira em termos de colheita, com uma média de 5,1% da área colhida. Na região central, o avanço é de 3,1%, enquanto a região norte registra um índice mais tímido, com apenas 0,5% da área colhida até o momento. Este padrão regional destaca a variação no ritmo da colheita entre as diferentes áreas do estado, influenciado por fatores como o clima e as práticas agrícolas adotadas.
Projeções e desafios da safra
Apesar do avanço na colheita, as expectativas para a segunda safra deste ano indicam um desempenho inferior ao ciclo anterior. Segundo o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, a área cultivada na segunda safra deve atingir 2,2 milhões de hectares, uma redução de 5,8% em comparação ao ciclo passado. A produção estimada é de 11,4 milhões de toneladas, representando uma queda significativa de 19,2%, enquanto a produtividade prevista é de 86,3 sacas por hectare, uma retração de 14,2%.
Essas projeções são influenciadas por diversos fatores, incluindo condições climáticas adversas e problemas fitossanitários. A equipe técnica da Aprosoja/MS identificou que todas as regiões do estado estão em pleno desenvolvimento fenológico, tanto vegetativo quanto reprodutivo, porém, a qualidade das lavouras varia significativamente entre as regiões.
Condições das lavouras por região
Nas regiões oeste, centro, norte e nordeste, as condições das lavouras são majoritariamente boas, variando entre 55,9% e 85,4%. As condições regulares nestas regiões estão entre 8,5% e 17,6%, e as condições ruins variam de 6,1% a 29,7%. Em contraste, as regiões sudoeste, sudeste, sul-fronteira e sul apresentam um desempenho inferior, com até 50% das lavouras em condições ruins. Nessas áreas, as condições regulares variam entre 10% e 38,1%, e as boas condições estão entre 14% e 43,1%.
Panorama econômico
O cenário econômico para a comercialização do milho e da soja também apresenta nuances interessantes. Segundo levantamento da Granos Corretora, até 17 de junho de 2024, Mato Grosso do Sul já havia comercializado 60,8% da soja safra 2023/24, uma leve queda de 0,45 pontos percentuais em comparação ao período anterior. Em relação ao milho da segunda safra de 2023, a comercialização atingiu 97,8%, um avanço de 11,80 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023.
O preço do milho tem mostrado uma ligeira desvalorização. Entre os dias 10 e 17 de junho, o valor da saca do milho caiu 1,53%, sendo negociada a R$ 48,38 em 17 de junho de 2024. Este movimento de preço reflete tanto a dinâmica de oferta e demanda quanto os impactos das condições de colheita e produção.
A colheita do milho segunda safra 2023/2024 em Mato Grosso do Sul avança com variações regionais e projeções econômicas desafiadoras. A redução esperada na área plantada e na produtividade, combinada com a desvalorização dos preços, coloca em evidência os desafios enfrentados pelos produtores nesta safra. A situação das lavouras também difere significativamente entre as regiões, com algumas áreas enfrentando condições adversas que podem afetar a produção total. Apesar dessas dificuldades, o avanço na comercialização do milho demonstra a resiliência do setor frente às adversidades.
Por: Mato Grosso do Sul-Notícias * com informações da Aprosoja/MS
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