Bolsa sobe com Petrobras e à espera de juros nos EUA e no Brasil

A bolsa brasileira fechou em alta e o dólar recuou contra o real nesta segunda-feira (16), com investidores à espera de decisões dos juros nos Estados Unidos e no Brasil, que serão publicadas nesta quarta (18).

Enquanto as discussões no Federal Reserve (Fed) é pelo tamanho do corte, no Banco Central (BC) a expectativa da maior parte do mercado é de elevação da Selic.

Também estarão no radar dos mercados as reuniões de outros bancos centrais ao longo da semana, com decisões de política monetária do Banco da Inglaterra e do Banco do Japão previstas para quinta (19) e sexta-feira (20), respectivamente.

O Ibovespa encerrou o dia com avanço de 0,18%, aos 135.118 pontos, apesar do fechamento sem direção única em Wall Street.

O bom desempenho era puxado pelas ações da Petrobras (PETR4), que subiram 1,39% acompanhavam a alta dos preços do petróleo, e com Azul (AZUL4) disparando 10,91% após confirmar negociação com credores.

Na ponta oposta, Embraer (EMBR4) perdeu 5,3%, após notícia de que a indenização esperada da Boeing ficou abaixo do esperado.

O dólar encerrou o dia com recuo de 1,01%, negociado a R$ 5,511 na venda, em linha com a perda da divisa norte-americana ante a cesta de moedas fortes do globo.

À espera de juros

A cautela prevalecia nos mercados globais conforme agentes financeiros debatem o tamanho do corte de juros a ser entregue pelo Fed na reunião de 17 e 18 de setembro, com as apostas divididas entre reduções de 25 e de 50 pontos-base.

Enquanto o banco central dos EUA têm indicado uma mudança em seu foco para evitar um esfriamento adicional do mercado de trabalho, com a inflação desacelerando gradualmente para a meta de 2%, operadores têm apostado que o Fed realizará um corte agressivo de juros na quarta-feira.

As apostas apontavam 60% de chance de uma redução de 50 pontos-base nos juros dos EUA, com 40% de probabilidade de um corte de 25 pontos. Conforme noticiado pela CNN Brasil, quase 120 pontos-base de afrouxamento são projetados até o fim do ano.

A perspectiva de um afrouxamento agressivo pelo Fed derrubava os rendimentos dos Treasuries, o que tornava o dólar menos atrativo para investidores, impulsionando outras divisas fortes e emergentes.

No cenário nacional, as atenções se voltam para o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) nos dias 17 e 18 de setembro, enquanto crescem as apostas de uma alta de 25 pontos-base na Selic, atualmente em 10,50% ao ano, ao fim da reunião, com dados recentes mostrando uma atividade econômica mais aquecida que o esperado no país.

Quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, melhor para o real, que se torna mais atrativo para investimentos.

Analistas consultados pelo BC subiram novamente nesta segunda-feira sua projeção para a economia neste ano e para o IPCA em 2024 e 2025, de acordo com a mais recente pesquisa Focus.

A expectativa para o índice de preços ao consumidor passou a 4,35% ao fim deste ano, ante 4,30% há uma semana, no nono aumento consecutivo na projeção. No próximo ano, os analistas preveem que a inflação atinja 3,95%, de 3,92% esperados anteriormente.

*Com Reuters

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