Dólar sobe a R$ 5,54 com cenário fiscal no Brasil; bolsa avança

Investidores nacionais avaliavam a medida provisória editada pelo governo na véspera para compensar a recalibragem do decreto do IOF

dólar e o Ibovespa fecharam em alta nesta quinta-feira (12), em pregão também marcado pela repercussão de medida provisória com ajustes tributários e novo decreto envolvendo alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O dólar à vista subiu 0,08%, a R$ 5,5437 na venda. Na quarta-feira (11), o dólar à vista fechou em baixa de 0,53%, a R$ 5,5392, renovando o menor valor neste ano.

Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, teve alta de 0,49%, a 137.799,74 pontos.

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a forte queda do dólar no exterior, uma vez que os investidores melhoravam suas perspectivas para cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve e diminuíam sua exposição a ativos dos EUA em meio à disputa comercial com a China.

Cenário externo

Os mercados ainda reagiam aos dados de inflação ao consumidor dos EUA melhores do que o esperado na véspera, o que fomentava as apostas de cortes de juros pelo Fed, provocando a queda dos rendimentos dos Treasuries e pressionando a divisa norte-americana.

Reforçando o otimismo quanto aos preços, o governo dos EUA informou mais cedo que a inflação ao produtor também registrou resultado abaixo do esperado, com ganho de 0,1% em maio em relação ao mês anterior, ante expectativa de avanço de 0,2%.

Operadores estão precificando 100% de chance de duas reduções de juros neste ano, com o primeiro corte possivelmente em setembro. Antes dos dados, a probabilidade de uma segunda redução era alta, mas não estava totalmente precificada.

O dólar também era pressionado pela cautela em relação ao acordo comercial firmado entre as duas maiores economias do mundo nesta semana para retomar uma trégua tarifária acordada no mês passado.

DE acordo com as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, o acordo também abordou os controles de exportação chineses para minerais de terras raras, mas deixou de fora o impasse em torno das remessas de chips dos EUA para China, sinalizando que o confronto entre os dois países ainda pode voltar a escalar.

“Existe uma percepção de que o resultado das negociações comerciais entre EUA e China em Londres foi bastante modesto e há uma preocupação sobre a fragilidade do relacionamento comercial daqui para frente”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,75%, a 97,716.

Por outro lado, havia outros fatores que impediam a moeda brasileira de sustentar ganhos nesta sessão. O aumento das tensões no Oriente Médio gerava aversão a ativos mais arriscados, com ações recuando no mundo todo.

Os EUA estão preparando uma retirada parcial de funcionários de sua embaixada no Iraque e permitirão que familiares de militares deixem locais no Oriente Médio devido ao aumento dos riscos de segurança na região, disseram fontes norte-americanas e iraquianas na quarta-feira.

“Os mercados começam o dia com aversão ao risco, apesar do fluxo de notícias mais construtivas sobre as perspectivas de inflação e o progresso nas negociações com a China. As tensões geopolíticas no Oriente Médio estão se intensificando novamente”, disseram analistas do BTG em nota.

Cenário no Brasil

Na cena doméstica, existe cautela quanto à MP editada pelo governo para compensar os recuos no decreto do Imposto sobre Operações Financeiras.

O governo publicou na quarta-feira um decreto calibrando para baixo parte dos aumentos do IOF e uma MP que eleva a taxação sobre bets, institui a tributação sobre ganhos com títulos isentos, altera o imposto de aplicações financeiras e prevê algumas medidas de contenção de despesas.

A iniciativa veio ao final de um dia em que lideranças da oposição e o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, manifestaram forte resistência a propostas de elevação da arrecadação que não sejam acompanhadas de iniciativas “estruturais” do lado dos gastos.

Na quarta, o dólar à vista fechou em baixa de 0,53%, a R$5,5392, menor valor de encerramento desde 8 de outubro do ano passado, quando foi cotado a R$5,5334.

*Com informações da Reuters

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