O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, encerrou esta quarta-feira (14) com uma sequência positiva de sete pregões, atingindo seu maior nível desde dezembro de 2023. A valorização foi impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo dados de inflação dos Estados Unidos que vieram dentro das expectativas do mercado e balanços corporativos robustos de grandes empresas brasileiras.
O Ibovespa registrou alta de 0,69%, fechando em 133.316,99 pontos, o maior patamar desde 28 de dezembro do ano passado. Na véspera, o índice havia encerrado em 132.397 pontos, demonstrando uma trajetória consistente de recuperação.
O recorde histórico de fechamento do Ibovespa ocorreu em 27 de dezembro de 2023, quando atingiu 134.193,72 pontos. No entanto, ainda falta pouco para superar a máxima histórica intradia de 134.391,67 pontos, registrada no dia seguinte.
Um dos principais destaques do dia foi a valorização das ações da Petrobras. Os papéis ordinários da estatal avançaram 1,81%, sendo cotados a R$ 40,98 no fechamento. Esse movimento foi crucial para o desempenho positivo do índice, considerando o peso da Petrobras no Ibovespa.
Os dados de preços ao consumidor nos EUA, divulgados pela manhã, reforçaram a percepção de que a inflação no país está se encaminhando para a meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve. Segundo Alexsandro Nishimura, economista da Nomos, “O pânico inicial do mercado com uma recessão nos EUA, que causou bruscas quedas no início do mês, agora parece dividir opiniões. Há um entendimento crescente de que a economia americana ainda exibe sinais saudáveis, o que pode permitir ao Fed iniciar cortes de juros em setembro.”
Essa perspectiva de possível corte de juros nos Estados Unidos em setembro levou a uma operação mais estável nos mercados acionário e cambial, com agentes financeiros atentos aos próximos dados de emprego nos EUA para ajustar suas expectativas.
No mercado cambial, o dólar apresentou alta de 0,37%, encerrando o dia cotado a R$ 5,4691 na venda. Esse movimento marcou o fim de um ciclo de seis quedas consecutivas da moeda americana, com investidores recompondo posições compradas em dólar.
No cenário interno, os investidores também estavam de olho em uma série de balanços corporativos divulgados ao longo do dia, com destaque para empresas como Gol, BTG Pactual, Marfrig, Cosan, IRB Brasil e Rumo.
Em relação aos indicadores econômicos, o IBGE informou que as vendas no varejo brasileiro recuaram mais do que o esperado em junho em comparação com maio, interrompendo uma sequência de cinco meses de alta. A queda foi atribuída principalmente à retração no comércio de hiper e supermercados.
Nishimura também destacou que “os juros futuros recuaram, acompanhando a queda dos yields dos treasuries, com a redução da precificação de alta da Selic em setembro. As vendas do varejo no Brasil abaixo do previsto contribuíram para a queda dos DIs, seguindo o recente alívio na curva com os comentários hawkish do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo.”
Com um cenário global ainda incerto, o mercado brasileiro segue ajustando suas expectativas, à medida que os investidores aguardam os próximos desdobramentos econômicos nos EUA e no Brasil.
Edição: Mato Grosso do Sul-Notícias * com informações da Reuters