O mercado financeiro, por meio de previsões coletadas pelo Banco Central (BC), voltou a revisar para cima as expectativas de inflação e do dólar para 2024 e 2025. Segundo o mais recente Relatório Focus, divulgado em 1º de julho de 2024, espera-se que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcance 4,0% em 2024 e 3,87% em 2025. A semana anterior havia registrado projeções de 3,98% e 3,85%, respectivamente.
Conforme as últimas informações do Banco Central, essa revisão marca a oitava alta consecutiva nas estimativas de inflação, ultrapassando o centro da meta oficial de 3,00%, estabelecida para 2024, 2025 e 2026, que possui uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Além disso, as expectativas para o câmbio também sofreram um ajuste para cima. O dólar, que na semana anterior era previsto para fechar 2024 a R$ 5,15, agora é estimado em R$ 5,20. Para 2025, a projeção também subiu de R$ 5,15 para R$ 5,19. Esse movimento de elevação nas expectativas para o dólar ocorre pela segunda semana consecutiva.
Essas novas projeções refletem uma crescente preocupação com a saúde das contas públicas no Brasil, acentuada pelas recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a política fiscal. A percepção de que as contas públicas podem deteriorar-se, aliada a uma política fiscal mais flexível, contribuiu para o aumento nas previsões de inflação e de desvalorização da moeda nacional.
Por outro lado, a taxa de juros Selic, que é um dos principais instrumentos utilizados pelo Banco Central para controlar a inflação, manteve-se estável nas previsões do mercado. A expectativa é de que a Selic fique em 10,50% ao ano em 2024, e diminua para 9,50% ao ano em 2025.
Contexto econômico
O aumento nas expectativas de inflação e dólar ocorre em um cenário de ajustes nas políticas econômicas e fiscais do governo brasileiro. Conforme noticiado pela CNN Brasil, as declarações e medidas recentes do governo sobre a política fiscal geraram apreensão entre os investidores e economistas, que veem uma possível flexibilização fiscal como um fator de risco para o controle da inflação e a estabilidade cambial.
Além disso, a projeção de alta na inflação também pode ser influenciada por fatores externos, como flutuações nos preços das commodities e pressões inflacionárias globais. A trajetória da inflação e do câmbio é crucial para a formulação de políticas econômicas e para o planejamento de empresas e consumidores, que precisam ajustar suas expectativas e estratégias em um ambiente econômico volátil.
Em resumo, o panorama econômico para 2024 e 2025 sugere um cenário desafiador, com inflação e dólar em alta, o que exige atenção redobrada às políticas fiscais e monetárias para garantir a estabilidade econômica do país.