Famílias de renda alta sentem menos impacto da inflação de março

Créditos: Envato Elements
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Resultado foi Impulsionada pelo recuo nas passagens aéreas.

As disparidades na percepção da inflação entre diferentes estratos sociais foram evidenciadas em março, revelando um cenário de maior alívio para as famílias de renda mais alta em comparação com aquelas de renda muito baixa. Enquanto o índice oficial de inflação do país registrou um modesto aumento de 0,16%, as famílias no topo da pirâmide econômica sentiram um impacto significativamente menor, com um aumento de apenas 0,05% nos preços. Em contraste, para as famílias de renda mais baixa, o peso inflacionário foi mais pronunciado, atingindo 0,22%.

Essa análise, proveniente do estudo Indicador de Inflação por Faixa de Renda, recém-divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destaca as diferentes realidades enfrentadas pelas diversas camadas da sociedade brasileira. O Ipea desagrega o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fornecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para uma análise mais precisa das variações de preços de acordo com o nível de renda.

De fevereiro para março, observou-se uma desaceleração notável na taxa de inflação das famílias de renda alta, passando de 0,83% para 0,05%. Enquanto isso, para as famílias de renda muito baixa, a desaceleração foi menos acentuada, diminuindo de 0,78% para 0,22%.

A análise da pesquisadora Maria Lameiras ressalta que a queda nos preços dos alimentos no domicílio e dos combustíveis desempenhou um papel crucial nesse alívio inflacionário em março. No entanto, as famílias de renda alta foram ainda mais beneficiadas pela diminuição dos custos educacionais, especialmente em comparação com fevereiro, quando foram impactadas por reajustes nas mensalidades escolares.

As discrepâncias na experiência inflacionária entre diferentes grupos familiares são atribuídas, em grande parte, aos diferentes padrões de consumo. As famílias de renda mais baixa são mais sensíveis às flutuações nos preços dos alimentos, enquanto as famílias mais abastadas são mais afetadas por mudanças nos custos de itens como passagens aéreas. Em março, por exemplo, houve um recuo significativo de 9,1% nos preços das passagens aéreas, resultando em um alívio ainda maior para as famílias de renda alta.

No acumulado de 12 meses, no entanto, a situação se inverte. As famílias de renda muito baixa enfrentam um aumento de 3,25% no custo de vida, abaixo da média nacional de 3,93%. Por outro lado, as famílias de renda alta registraram uma inflação mais elevada, atingindo 4,77%.

Nesse período, os alimentos representaram a maior contribuição para a inflação das famílias de menor renda, com um aumento de 0,79%. Enquanto isso, para as famílias de renda alta, os principais impulsionadores foram os custos com transporte (0,97%) e saúde e cuidados pessoais (0,99%).

Por: Redação * com informações da Agência Brasil

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