O Ibovespa avançava nesta quarta-feira (31), após duas quedas seguidas, com agentes financeiros repercutindo resultados corporativos, entre eles os de WEG, 3R e TIM, enquanto aguardam as decisões de política monetária dos bancos centrais dos Estados Unidos e Brasil.
Por volta de 14h45, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 1,1%, a 127,5 mil pontos, em desempenho apoiado também pela alta de futuros do minério de ferro e do petróleo no exterior, o que beneficiava as blue chips Vale e Petrobras.
Já o dólar, no mesmo horário, subia 0,8%, a R$ 5,65 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,29%, a R$ 5,6265.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,6197 na venda, em leve baixa de 0,10%.
Cenário Doméstico
Na sessão desta quarta-feira, decisões sobre juros ao redor do mundo devem permear os negócios, conforme os agentes financeiros buscam sinais sobre o futuro da política monetária e o impacto sobre os ativos brasileiros.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerra sua reunião de dois dias nesta quarta, com o anúncio de sua decisão sobre a Selic a partir das 18h30. A expectativa de economistas é de que a taxa básica de juros seja mantida no patamar de 10,50% ao ano pela segunda vez consecutiva e as atenções estarão concentradas no que as autoridades expressarão no comunicado que acompanha a decisão.
Internacional
O Federal Reserve também divulgará sua decisão de política monetária na quarta-feira e a expectativa é de que o banco central norte-americano mantenha sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, com os analistas igualmente focados no que as autoridades sinalizarão sobre o futuro.
As apostas do mercado de um corte nos juros dos EUA em setembro têm crescido, com a possibilidade de outra redução até o fim do ano.
“Se a queda na taxa de juros começar por lá acaba trazendo um certo alívio para o nosso câmbio”, disse Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
“(Cria) uma certa expectativa de que o nosso Banco Central também tem mais espaço para seguir com o ciclo de queda de juros em algum momento”, acrescentou.
Mais cedo nesta quarta-feira o Banco do Japão, outro banco central observado de perto pelos mercados, decidiu aumentar sua taxa básica de juros para 0,25%, de 0%-0,1%, em uma votação de 7 a 2, na contramão da projeção de muitas analistas do mercado, que esperavam manutenção do patamar anterior.
A especulação sobre um aperto monetário no país valorizou o iene na semana passada, com o fechamento de apostas dos investidores contra a moeda japonesa. Esse movimento gerou pressão sobre divisas de mercados emergentes.
O iene voltava a se fortalecer nesta sessão. O dólar tinha queda de 1,75% em relação à moeda japonesa, a 150,08.
No entanto, o desempenho do dólar em mercados emergentes era misto, com a divisa norte-americana caindo frente ao rand sul-africano e o peso chileno e subindo ante o peso mexicano.
Outro elemento que pode influenciar os negócios com mais intensidade nesta sessão é a disputa entre comprados (investidores que apostam na alta das cotações) e vendidos (posicionados na baixa) pela formação da taxa Ptax de fim de mês.
Taxa de câmbio calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. A taxa do fim de mês também será definida na quarta-feira.
Os mercados também devem ficar atentos ao desempenho dos preços de commodities, principalmente o petróleo, após o surgimento de novas tensões no Oriente Médio com o assassinato do líder do Hamas Ismail Haniyeh na madrugada de quarta-feira no Irã.
O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,43%, a 104,000.
Fonte: Reuters