Ibovespa fecha em queda após superar marca dos 137 mil pontos

Com agenda esvaziada no exterior, mercado focou atenções na prévia da inflação em agosto

Após subir na maior parte do dia e superar o nível dos 137 mil pontos, o Ibovespa inverteu o sinal nos minutos finais do pregão e encerrou a sessão no campo negativo, enquanto o dólar ficou na faixa de R$ 5,50.

Com agenda esvaziada no exterior, o mercado focou as atenções na prévia da inflação de agosto publicados na manhã. Apesar de dados dentro do esperado, a curva de juros segue precificando 100% de chances de o Banco Central (BC) subir a Selic, atualmente em 10,5%, na próxima reunião, em setembro.

De acordo com as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, o principal índice do mercado brasileiro encerrou a sessão com queda de 0,08%, aos 136.775 pontos, perdendo a oportunidade de bater a máxima histórica pela segunda sessão seguida.

A alta vista durante todo o dia foi sustentada pelo avanço de 3,01% da Vale (VALE3), papel com maior peso no mercado doméstico, impulsionado pela alta do minério de ferro.

Na ponta oposta, Petrobras (PETR4), que subiu mais de 7% na véspera, encerrou a sessão com perda de 1,34%, com recuo do petróleo no mercado global em movimento de correção após disparadas recentes.

O clima de cautela global com mercados à espera de novos dados na semana fez o dólar subir 0,18%, negociado a R$ 5,502 na venda.

Cenário global

O desempenho do Ibovespa se assemelha ao visto nas bolsas global, com leve moderada em Wall Street e nas principais praças da Europa.

Investidores de todo o mundo esperam pelos resultados trimestrais da Nvidia, que devem ser publicados nesta quarta (28), após o fechamento do mercado. Os números recebem atenção especial e podem dar mais pistas sobre o cenário de inteligência artificial, um dos principais impulsionadores dos mercados globais ao longo deste ano.

A agenda também conta com a publicação do PCE, o índice de inflação favorito do Federal Reserve (Fed), que será divulgado na sexta-feira (30), e deve calibrar as apostas para o nível de corte dos juros nos EUA a partir do mês que vem.

Prévia da inflação e juros

A prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,19% no mês, após ter registrado 0,30% no mês anterior.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,35%, abaixo dos 4,45% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2023, a taxa foi de 0,28%.

Apesar dos dados nas expectativas, a curva de juros no país ainda precifica alta da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), no mês que vem.

Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, pontua que o cenário pode mudar quando sair o dado cheio do mês, previsto para setembro.

Mesmo assim, parte do mercado vê que a defesa de manutenção dos juros em 10,5% ganhou força após os dados desta manhã.

Economistas e consultorias entendem que o resultado aponta para a tendência corrente de queda da inflação. Soma-se a isso, a avaliação de que um recuo de juros nos Estados Unidos — praticamente antecipado pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na semana passada — também beneficia o Brasil para prosseguir no afrouxamento da política monetária.

*Com informações de Reuters

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