Ibovespa sobe 1,26% e dólar cai mais de 1% de olho em EUA

(FOTO ILUSTRATIVA: Reprodução/Envato Elements
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Nesta semana, o foco do mercado doméstico estará em torno de dados de inflação, incluindo a divulgação do IPCA de dezembro na sexta-feira (10)

dólar encerrou em baixa ante o real nesta segunda-feira (6), em linha com as fortes perdas da moeda norte-americana em todo o mundo, com os investidores reagindo a uma notícia indicando que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, deve adotar uma abordagem mais moderada na implementação de prometidas tarifas de importação.

A divisa à vista fechou a sessão com queda de 1,11%cotado a R$ 6,1143 na venda. Já o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, encerrou o dia com ganhos de 1,26%, aos 120.021,52 pontos.

O jornal The Washington Post informou mais cedo que assessores de Trump, que retorna à Casa Branca em 20 de janeiro, estão explorando planos para implementar tarifas para todos os países do mundo, mas apenas sobre importações de produtos críticos para a segurança econômica e nacional do país.

A reportagem sugeriu planos tarifários a serem implementados pelo novo governo mais moderados do que os esperados anteriormente, com Trump tendo prometido no ano passado impor tarifas sobre todas as importações de parceiros comerciais importantes, como China, México e Canadá.

Uma vez que parte da alta global do dólar nos últimos meses tem tido as ameaças de tarifas de Trump como uma das causas principais, uma vez que poderiam provocar guerras comerciais e elevar a inflação nos EUA, a moeda norte-americana cedia amplamente nesta sessão.

O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,88%, a 108,000, afastando-se de uma máxima de mais de dois anos atingida na semana passada.

Investidores também estão realizando ajustes após a alta volatilidade da semana passada, quando a baixa liquidez nos mercados permitiu que a divisa dos EUA acumulasse fortes ganhos em todo o mundo.

As atenções se voltarão nesta semana para uma série de dados de emprego nos EUA, com destaque para o relatório de criação de postos de trabalho fora do setor agrícola em dezembro, a ser divulgado na sexta-feira (10).

Agentes financeiros buscam novos sinais sobre a trajetória da taxa de juros do Federal Reserve, que indicou no mês passado que deve desacelerar o ritmo de cortes na taxa de juros nos próximos meses, após entregar 100 pontos-base acumulados de reduções em 2024.

As apostas de operadores colocam 90% de chance de os membros do banco central dos EUA manterem os juros inalterados na reunião deste mês.

Cenário doméstico

No Brasil, o mercado repercute novas projeções altistas para a inflação e a divulgação de dados de atividade do setor de serviços. A semana também promete uma agenda econômica mais agitada tanto doméstica quanto internacionalmente.

“O Ibovespa hoje deve retomar o nível de liquidez após o período de festas”, afirmou o analista Harrison Gonçalves, sócio da CMS Invest, após duas semanas úteis mais curtas em função dos feriados de Natal e Ano Novo.

De acordo com as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, nesta segunda-feira, pesquisa Focus, do Banco Central, mostrou que o mercado subiu projeção para o nível da Selic ao fim deste ano, de 14,75% para 15,00%, em meio a expectativas também mais altas para o avanço do IPCA em 2025 e 2026, indicando que o pessimismo com a trajetória da inflação deve permanecer.

Dados de atividade também mostraram que o setor de serviços no Brasil teve em dezembro o menor crescimento de 2024, com algumas empresas reportando uma demanda mais fraca, enquanto os custos de insumos sofreram o maior aumento em quase dois anos e meio, conforme pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global.

Mas o destaque da sessão, também visto como catalisador da recuperação do Ibovespa no dia, é uma reportagem do jornal The Washington Post desta segunda-feira que aponta que assessores de Trump estariam explorando tarifas universais que abrangeriam apenas importações críticas, disseram analistas, o que estaria impulsionando a alta nas bolsas globais e a queda do dólar.

“Essa mudança de abordagem pode mitigar algumas preocupações que geram aversão ao risco, como a possibilidade de uma guerra comercial e a inflação norte-americana mais elevada, abrindo espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve”, disse a analista de renda variável Bruna Sene, da Rico.

“Embora a situação permaneça incerta, essa perspectiva está animando os mercados nesta manhã, incluindo a bolsa brasileira, que retorna ao patamar dos 120 mil pontos após ter perdido esse suporte na semana passada.”

Em Wall Street, os futuros dos índices acionários apontavam para uma abertura positiva, em meio também a um otimismo renovado em torno de empresas vinculadas à tecnologia de inteligência artificial.

O dia ainda marca a entrada em vigor da nova carteira teórica do Ibovespa, que adiciona as ações da Marcopolo e da Porto Seguro enquanto retira os papéis da Eztec e da Alpargatas. Ela permanece em vigor até 2 de maio.

*Com informações da Reuters

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