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Apesar do cenário, autoridade monetária informou que o Sistema Financeiro Nacional está para enfrentar a materialização de risco de crédito
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central divulgou uma nota técnica na última quarta-feira (20), na qual diz que o cenário atual exige cautela e diligência adicionais na concessão de crédito.
“Na visão do Comitê, o cenário, caracterizado por elevação da taxa básica de juros e pelos níveis atuais de inadimplência, comprometimento de renda e endividamento das famílias, bem como pelo endividamento das empresas, requer cautela e diligência adicionais na concessão de crédito, tanto na qualidade dos empréstimos quanto no apetite ao risco”, diz a nota.
Apesar da necessidade de cautela, o Comitê considera que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) está preparado para enfrentar a materialização de risco de crédito. Conforme noticiado pela CNN Brasil, na avaliação do Comef, a materialização continua ocorrendo nas operações com micro, pequenas e médias empresas e no crédito rural a pessoas físicas.
Diante do cenário, o comitê decidiu manter o valor do Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) em 0%.
De acordo com o Comef, os bancos mantêm voluntariamente, em geral, capital e liquidez em níveis superiores aos requerimentos prudenciais.
“O Comef recomenda que as entidades supervisionadas persistam com a política de gestão prudente de capital e de liquidez em virtude das incertezas econômicas e da conjuntura”, diz.
O comitê afirma que a Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito aponta prospectivamente para uma deterioração das condições de oferta de crédito e menor tolerância ao risco por parte das instituições financeiras.
“O Comef acompanha as condições financeiras internacionais, com atenção particular para as consequências da trajetória das políticas monetária e fiscal das economias avançadas, do reposicionamento das políticas comerciais, dos movimentos de reprecificação de ativos financeiros globais e dos eventos geopolíticos”, afirma.
Por: Vitória Queiroz