O inverno teve início oficialmente em 20 de junho de 2024, às 16h51 (MS), e, apesar da menor intensidade dos dias frios devido às mudanças climáticas, há previsão de geada para algumas regiões de Mato Grosso do Sul entre 10 e 15 de julho. Este prognóstico climático levanta preocupações sobre possíveis impactos na agricultura local.
A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) conduziu uma análise técnica para avaliar as possíveis consequências dessa geada nas culturas agrícolas. Segundo Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, a análise focou na progressão do plantio e na fenologia das culturas, dentro de um ciclo de 128 dias. Identificou-se que aproximadamente 28% da área cultivada com milho de segunda safra 2023/2024 na região sul do estado estará em estágios fenológicos críticos (R1 a R4) durante o período previsto para a geada. Esses estágios, que abrangem desde o florescimento e polinização (R1) até o grão farináceo (R4), são altamente suscetíveis a danos causados pelo frio intenso.
Balta destaca a vulnerabilidade dessas fases: “Esses estágios são críticos e altamente suscetíveis a danos causados pela geada, podendo resultar em reduções significativas no potencial produtivo”. Já na região central do estado, 13% das lavouras de milho estarão nos estágios R1 a R4 no período da geada, também colocando essas áreas em risco de danos.
A região norte, por outro lado, parece estar mais segura. Apenas 6% das lavouras estão previstas para atingir o estágio R4 durante o período de geada, com menor risco de impacto. “A região norte parece estar mais segura, sem risco aparente de geada. Além disso, apenas 6% das lavouras nesta região estarão no estágio R4 durante o período de geada”, conclui Balta.
Avanço da colheita de milho
Até 14 de junho de 2024, a colheita de milho monitorada pelo Projeto SIGA-MS, coordenado pela Aprosoja/MS, cobriu 4,2% da área total cultivada. A região sul apresenta o avanço mais significativo, com 5,1% da área colhida, seguida pela região central com 3,1%, e a região norte com apenas 0,5%. Dos 76 municípios produtores monitorados, 42 já iniciaram a colheita.
O Projeto SIGA-MS estima que a área colhida até o momento é de cerca de 92 mil hectares. Espera-se que o pico da colheita ocorra entre 21 de junho e 19 de julho, com cerca de 60% da safra em plena maturação nesse período. O avanço da colheita na segunda safra 2023/2024 está 4,2 pontos percentuais acima do mesmo período na safra anterior (2022/2023).
Entretanto, é importante notar que 15% da área cultivada está fora do zoneamento agrícola de risco climático, e 40% não segue a melhor janela de semeadura, fatores que podem impactar negativamente a produtividade final.
Por: Mato Grosso do Sul-Notícias * com informações da Aprosoja/MS