Vendas no varejo surpreendem em fevereiro e vão ao maior patamar da série histórica

Movimentação de clientes em shopping center REUTERS/Mark Makela
Movimentação de clientes em shopping center REUTERS/Mark Makela

Em fevereiro as vendas apresentaram crescimento de 1,0% sobre o mês anterior, contrariando a expectativa de uma queda de 1,0%

As vendas varejistas surpreenderam e seguiram em alta no Brasil em fevereiro, atingindo o maior patamar da série histórica diante de um cenário mais favorável para o consumo.

Em fevereiro as vendas apresentaram crescimento de 1,0% sobre o mês anterior, contrariando a expectativa em pesquisa da Reuters de uma queda de 1,0%.

Os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as vendas perderam força em relação ao avanço de 2,8% em janeiro, mas ainda assim atingiram o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve alta de 8,2%, contra projeção de ganho de 3,3%.

O varejo tende a se beneficiar neste ano de um mercado de trabalho aquecido, inflação sob controle e o ciclo de cortes da taxa básica de juros Selic, atualmente em 10,75%, ainda que ela permaneça em um nível elevado. A expectativa é de que atividades mais ligadas ao crédito tenham bom desempenho.

Entre as oito atividades pesquisadas, seis mostraram ganhos nas vendas em fevereiro. Os destaques foram os setores de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (9,9%) e de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,8%).

Por outro lado, apresentaram taxas negativas Combustíveis e lubrificantes (-2,7%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%).

Conforme as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, de acordo com o IBGE, o resultado de supermercados segue o mesmo tipo de intensidade dos últimos meses, com exceção de janeiro, quando houve crescimento de 0,8%, sendo um setor que tem variado muito pouco nos últimos seis meses.

“Observa-se uma mudança de foco de consumo nos últimos meses que passa de um cenário de orçamento mais restrito, concentrado em produtos básicos, para um momento com mais espaço para que haja consumo de outros tipos de produtos”, avaliou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

“Tal cenário tem relação com o aumento do crédito, em virtude da diminuição da taxa básica de juros, assim como crescimento da massa de rendimento real e da população ocupada”, completou.

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, teve aumento de 1,2% nas vendas em fevereiro sobre o mês anterior.

Houve alta de 3,9% entre veículos e peças no mês, contra queda de 0,2% no material de construção.

Por: Camila Moreira da Reuters

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