Na edição deste ano do edital Mulheres na Ciência, 50 pesquisadoras da Universidade foram selecionadas para receber apoio financeiro. Ao todo, o edital disponibilizou R$ 300 mil para custeio das despesas de projetos de pesquisa e inovação. Desde 2020, a iniciativa contemplou 226 propostas de mulheres cientistas da UFMS. O resultado final pode ser conferido aqui.
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Ligia Rodrigues Macedo, explica que o edital visa proporcionar melhores condições para a participação das mulheres na produção científica. “Nossas pesquisadoras possuem alto nível de qualificação, são pesquisadoras transformadoras. Por isso, o edital visa reconhecer, valorizar e incentivar a participação das mulheres na pesquisa junto à UFMS, para que elas consigam cada vez mais produzir e fomentar a ciência, garantindo a equidade em termos de pesquisa junto com nossos colegas pesquisadores”.
O diretor de Pesquisa da Universidade, Luiz Eduardo Roland Tavares, explica que o processo seletivo das pesquisadoras foi realizada em duas etapas. “A primeira etapa é a análise da produção técnico-científica, experiência profissional e/ou produção artística a partir de 2020 (inclusive), em consonância com os dados preenchidos no Currículo Lattes/CNPq. A segunda etapa consiste na análise da relevância do projeto para as áreas de pesquisas estratégicas da Política de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul”.
“Quando observamos o painel de distribuição de bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq até 2023, podemos constatar que apenas 38,6% do total dessas bolsas é concedido para pesquisadoras. […] Esse recorte nos permite perceber a necessidade urgente de ampliarmos a participação feminina na liderança de projetos de pesquisa”, reforça o diretor.
Uma das cientistas selecionadas na chamada é a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição Ana Rita Coimbra Motta de Castro. O valor investido será destinado para uma pesquisa que investiga o cenário epidemiológico, molecular e clínico de pessoas portadoras dos vírus HTLV 1 e 2, assim como a possibilidade de coinfecções.
“O estudo faz parte da tese de doutorado de uma estudante da Programa de Pós Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias. A ajuda financeira é muito bem-vinda neste momento que faremos a compra dos testes diagnósticos e confirmatórios para os pacientes atendidos no serviço de referência e participantes do projeto”, explica.
Entre as selecionadas, está também a professora do Câmpus de Naviraí Célia Regina de Carvalho. A pesquisadora submeteu a pesquisa que desenvolve, com foco na análise do uso da internet e a cidadania digital de adolescentes que residem no estado de Mato Grosso do Sul. “O objetivo da pesquisa é investigar e analisar as práticas on-line desenvolvidas por adolescentes com idades entre 12 e 18 anos, que estão relacionadas com a cidadania digital, com o uso responsável, ético e crítico das mídias, das tecnologias e das redes sociais”, explica.
Com o apoio do edital, o intuito da pesquisadora é pagar diárias e passagens para expandir a pesquisa para novos municípios do Estado. “Esse edital é um incentivo muito importante para o trabalho das pesquisadoras, é também uma forma da gente permanecer na pesquisa. Eu sempre pesquisei na área de tecnologias na educação, que é uma área que também carece da presença de mais mulheres que contribuam com as suas pesquisas e também com as suas produções”.
A professora Charline Zaratin Alves, do Câmpus de Chapadão do Sul, também se inscreveu e foi selecionada com a pesquisa Co-inoculação com Bradyrhizobium e Azospirillum aumenta a produtividade e a qualidade de sementes em feijão-caupi?. “A inoculação com Bradyrhizobium já é comumente feita pelos produtores. A ideia é associar mais uma bactéria, no caso o Azospirillum, para potencializar o efeito da fixação biológica de nitrogênio e verificar se influencia a produtividade e a qualidade de sementes de feijão caupi. A fixação biológica é importante para reduzir ou eliminar a adubação nitrogenada na cultura, reduzindo custos e contribuindo para a sustentabilidade do meio ambiente”, conta.
Com o apoio do edital, a professora explica que deve pagar a tradução e publicação de resultados da pesquisa. “O edital incentiva a pesquisa valorizando a ciência produzida pelas mulheres, cuja produção científica vem se intensificando, garantindo maior riqueza e complexidade de resultados. Devemos sempre buscar uma sociedade igualitária, e nesse sentido, cada vez mais a participação das mulheres na ciência se torna fundamental para essa realidade”, pontua.
Reconhecimento pela promoção da Igualdade de Gênero
A Universidade se destacou recentemente pela promoção da igualdade de gênero no ranking internacional Times Higher Education (THE) Impact de 2024. A publicação considera o desempenho das universidades a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. Este ano, a UFMS teve a melhor pontuação no ODS 5, que incentiva a promoção da igualdade de gênero e empoderamento de mulheres e meninas.
Desde 2021, a Universidade promove a igualdade de gênero por meio do Programa Sou Mulher, que reúne políticas, práticas e ações direcionadas às estudantes, servidoras e colaboradoras terceirizadas mulheres da UFMS. Para alcançar seus objetivos, o Programa se estrutura a partir de três eixos principais: ingresso, permanência e sucesso feminino; incentivo ao ensino, pesquisa, extensão, empreendedorismo e inovação feminina; e criação de um ambiente acolhedor para as mulheres.
Fonte: UFMS – Por: Alíria Aristides – Fotos: Arquivo das pesquisadoras