Xiaomi supera GM e Ford em valor de mercado após lançamento de carro elétrico

Foto: SU7 Max, carro elétrico da Xiaomi em exibição no MWC 2024 Xavi Torrent/Getty Images
Foto: SU7 Max, carro elétrico da Xiaomi em exibição no MWC 2024 Xavi Torrent/Getty Images

As ações do conglomerado chinês de eletrônicos Xiaomi (código 1810.HK) registraram um aumento impressionante de até 16% nesta terça-feira (2), impulsionadas pelo lançamento recente de um carro elétrico que despertou grande interesse do público. No entanto, vale ressaltar que apesar da empolgação do mercado, uma corretora prevê que a empresa enfrentará um prejuízo considerável de quase US$ 10 mil por veículo ao longo deste ano.

No ponto mais alto do dia, a Xiaomi atingiu uma avaliação impressionante de US$ 55 bilhões, com o preço das ações chegando a US$ 17,34 dólares de Hong Kong. Esse valor supera o das montadoras tradicionais norte-americanas General Motors (GM) e Ford, que têm valores de mercado de US$ 52 bilhões e US$ 53 bilhões, respectivamente.

Embora as ações tenham perdido parte de sua força em direção ao final da sessão, ainda registraram um aumento significativo de 9%, resultando em um aumento de US$ 4 bilhões no valor de mercado da empresa.

Imagem: gizmochina/Reprodução

Este foi o valor mais alto desde janeiro de 2022, marcando o primeiro dia de negociação após o lançamento, na quinta-feira (28), do primeiro carro da empresa, inspirado no estilo da Porsche.

O lançamento do SU7 pela Xiaomi, abreviação de Speed Ultra 7, introduz um veículo elétrico em um mercado chinês saturado, oferecendo um preço atrativo de menos de US$ 30 mil para o modelo básico, o que o torna mais acessível do que o Model 3 da Tesla na China.

Apesar dos desafios em entrar no maior mercado automotivo do mundo, onde a competição entre os fabricantes de veículos elétricos é feroz e a demanda está desacelerando, a Xiaomi parece estar bem posicionada. Os analistas destacam que a empresa tem recursos financeiros mais robustos do que a maioria das startups de veículos elétricos e sua expertise em smartphones confere uma vantagem, especialmente no desenvolvimento de painéis inteligentes, um recurso valorizado pelos consumidores chineses.

O lançamento do sedã SU7 pela Xiaomi está gerando uma forte demanda, com potenciais compradores enfrentando tempos de espera de até sete meses para receberem o veículo. Nas primeiras 24 horas de vendas, a empresa recebeu quase 89 mil encomendas antecipadas, um sinal claro do interesse do mercado.

Embora a Xiaomi projete que o SU7 resultará em prejuízo, alguns analistas preveem que as perdas serão consideráveis. Com base em projeções de volume de vendas para este ano, estima-se que o SU7 possa resultar em um prejuízo líquido significativo para a empresa, de cerca de US$ 567 milhões, equivalente a uma média de US$ 9.400 de prejuízo por veículo.

O lançamento do SU7 também influenciou outras marcas chinesas de veículos elétricos a reduzirem os preços e oferecerem subsídios competitivos. Com um mercado cada vez mais saturado, espera-se que em 2024 haja cerca de 240 modelos de veículos elétricos competindo na faixa de preço de 200 mil a 300 mil iuans.

Devido à demanda, a Xiaomi está buscando aumentar a capacidade de produção mensal do SU7, solicitando aos fornecedores um aumento para 10 mil unidades, em comparação com as 3 mil unidades em março e 6 mil unidades em maio.

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