Ação da estatal acumula perda de 12% com temor de ingerência do governo federal; empresa é avaliada em R$ 487 bilhões
A Petrobras perdeu R$ 68,1 bilhões na semana com a forte queda das ações em reação do mercado a troca do presidente Jean Paul Prates e receio de ingerência do governo federal no comando da empresa.
O executivo foi demitido por Lula na terça-feira (14) após desgaste envolvendo distribuição de dividendos extraordinários.
Somente nos últimos três dias, o montante foi reduzido em R$ 55,3 bilhões — o equivalente ao preço da Sabesp (SBSP3) —, conforme dados do analista Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) acumulam queda de 11,8% e as ordinárias (PETR3) recuo de 12,6% na semana, após o fechamento do mercado nesta sexta-feira (17).
Com esse desempenho, o valor de mercado da Petrobras encolheu para R$ 487,6 bilhões.
Demissão de Prates afasta investidores
Prates foi demitido pelo presidente Lula nesta quarta-feira, cerca de um mês após rumores da sua saída em meio a debates entre membros do governo sobre a distribuição de dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2023.
A demissão repercutiu negativamente entre o mercado com o temor de mais influência do governo federal no comando da estatal.
O primeiro sinal de descontentamento veio logo na sequência do anúncio da demissão — após o fechamento do Ibovespa — com a queda de quase 7% das ADRs da Petrobras no pós-mercado em Wall Street.
De acordo com as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, a fuga de investidores se manteve no dia seguinte, com a perda de R$ 34 bilhões ao fechamento do Ibovespa na quarta-feira (15).
O Ministério de Minas e Energia indicou Magda Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para ocupar a posição.
O nome, porém, ainda precisa passar por trâmites até ser apreciado pelo conselho de administração. O processo deve levar média de 15 dias, segundo a Petrobras.
Enquanto isso, o comando da empresa está sob responsabilidade de Clarice Coppetti, diretora executiva de Assuntos Corporativos.
Por: Gabriel Bosa