A incidência de crimes envolvendo armas de fogo representa um desafio significativo para as autoridades, especialmente em regiões fronteiriças como o Mato Grosso do Sul. Nesse contexto, a atuação da Polícia Científica se destaca como um elemento crucial na investigação e resolução desses casos complexos. No ano passado, somente na capital, mais de 800 armas de fogo foram examinadas, juntamente com milhares de munições e elementos relacionados.
Desde o início deste ano, o Núcleo de Balística Forense (NBF) realizou centenas de exames, abrangendo uma ampla gama de análises, desde a eficácia das armas e munições até confrontos microbalísticos e descrições detalhadas de elementos de munição. Através do uso de tecnologia avançada e com uma equipe altamente capacitada, o NBF tem desempenhado um papel fundamental na resolução de crimes relacionados a armas de fogo, contribuindo para a aplicação da justiça.
Karina Rebulla Laitart, perita criminal e chefe do núcleo, destaca a importância do trabalho realizado. “A microcomparação balística é um dos exames mais exigentes realizados pelo NBF. Ele nos permite determinar com precisão se um projétil ou estojo de munição coletado no local do crime foi disparado por uma arma específica, fornecendo informações cruciais para a investigação”.
Emerson Lopes dos Reis, diretor do Instituto de Criminalística, ressalta o papel essencial desempenhado pela Polícia Científica. “Nosso trabalho é fundamental para estabelecer conexões entre diferentes cenas de crime, utilizando a análise balística para identificar autores e contribuir para a resolução dos casos”.
Aplicação prática: Desvendando crimes em Chapadão do Sul
Um exemplo recente ilustra o impacto do trabalho do NBF: em Chapadão do Sul, os exames balísticos confirmaram que a arma encontrada com um indivíduo estava diretamente ligada a um crime anterior na região. Esta confirmação foi essencial para as investigações, ajudando a elucidar o caso e a promover a aplicação da justiça.
Além de analisar armas de todos os tipos, a Polícia Científica frequentemente se depara com situações envolvendo simulacros e outras armas dissimuladas, o que ressalta a importância do trabalho meticuloso realizado pelos peritos criminais na identificação e elucidação de crimes relacionados ao uso de armas de fogo.
Tecnologia moderna: Sinab e equipamentos de última geração
Recentemente, a Polícia Científica adquiriu uma câmara de recuperação de projéteis, facilitando a coleta e análise de evidências. Além disso, o NBF conta com o Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), que fortaleceu a capacidade de investigação do Estado, fornecendo informações essenciais para investigações criminais e ajudando a esclarecer a autoria de crimes cometidos com o uso de armas de fogo.
Este projeto, estabelecido pelo Decreto nº 10.711/2021, integra todas as unidades da Federação e a Polícia Federal por meio de um sistema que compara elementos de munição relacionados a crimes armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos.
Teste de controle de qualidade do sinab: Garantindo eficiência e precisão
A Polícia Científica do Mato Grosso do Sul participou recentemente do teste de Controle de Qualidade do Sinab, uma etapa crucial para garantir a eficácia do sistema. Este teste, conhecido como Verificação Nacional de Qualidade, envolveu todas as centrais do Sinab e foi concluído com sucesso pela equipe do NBF, demonstrando o compromisso com a excelência e a precisão na análise balística.
Por: Redação Mato Grosso do Sul-Notícias *com informações da Polícia Científica de MS