Aumento alarmante: mortalidade por câncer colorretal na América Latina cresce 20%

Câncer colorretal está associado aos hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade peakSTOCK/GettyImages
Câncer colorretal está associado aos hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade peakSTOCK/GettyImages

Doença está correlacionada a condições socioeconômicas; prevenção e detecção precoce oferecem alta chance de cura.

Um estudo conduzido pela Fiocruz, Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, revelou um cenário preocupante: enquanto países de alta renda registram queda na mortalidade por câncer colorretal, a América Latina enfrenta um aumento de 20,5% na taxa entre 1990 e 2019.

O líder do estudo, Raphael Guimarães, pesquisador da Fiocruz, ressalta que o câncer colorretal é altamente sensível à desigualdade. Embora os fatores de risco sejam conhecidos, a pesquisa buscou associar a mortalidade aos dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Os hábitos alimentares, como o consumo excessivo de carne vermelha e alimentos ultraprocessados, juntamente com a falta de frutas e verduras na dieta, o sedentarismo e a obesidade, são apontados como contribuintes para o aumento da incidência desse tipo de câncer.

Surpreendentemente, os países com menores índices de IDH na América Latina apresentam menor mortalidade, enquanto nações com IDH intermediário, como o Brasil, enfrentam uma taxa mais alta. Guimarães explica que isso se deve à falta de registros da doença em países menos desenvolvidos, além do diagnóstico muitas vezes tardio.

Por outro lado, países com IDH mais alto oferecem melhor acesso a serviços de diagnóstico e tratamento, além de uma população mais informada sobre fatores de risco e alimentação saudável. O Uruguai é citado como exemplo, mesmo com alto consumo de carne vermelha, apresentando uma tendência de queda na mortalidade.

O estudo também está investigando as diferenças regionais no Brasil, e os resultados preliminares sugerem que a mortalidade varia de acordo com o nível socioeconômico.

O câncer colorretal é o segundo mais incidente, com estimativas de 46 mil novos casos no triênio 2023-2025, segundo o Inca. Além disso, houve um aumento da incidência em pessoas mais jovens, entre 20 e 49 anos, e na faixa etária de 50 a 69 anos, entre 2000 e 2015.

Dr. Diogo Bugano, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que fatores como envelhecimento da população e mudanças no estilo de vida, como a transição do campo para a cidade, contribuem para o aumento do câncer colorretal.

A boa notícia é que esse tipo de câncer é altamente prevenível, sendo possível detectar e tratar as lesões precursoras através de uma colonoscopia de rotina a partir dos 45 anos de idade. Em casos de histórico familiar, o exame é recomendado dez anos antes da idade do parente diagnosticado.

O diagnóstico precoce é fundamental, pois o câncer colorretal tem altas chances de cura quando tratado precocemente. Sintomas como sangramento, dor abdominal e diarreia devem ser levados a sério, servindo como alerta para buscar assistência médica.

Saiba como é feito o exame de prevenir o câncer colorretal

Agência Einstein/Rafael Ximenes/Reprodução

Por; Redação Mato Grosso od Sul Notícias * com inf da CNN Brasil

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