Descubra os segredos por trás dos aditivos presentes nos alimentos ultraprocessados

Alimentos ultraprocessados estão relacionados ao maior risco de doenças e ao aumento do peso corporal monticelllo/GettyImages
Alimentos ultraprocessados estão relacionados ao maior risco de doenças e ao aumento do peso corporal monticelllo/GettyImages

Esse tipo de alimento contém aditivos como realçadores de sabor, corantes e espessantes que podem trazer riscos à saúde quando consumidos em excesso

Ao abrir um pacote de salgadinhos com sabor de nachos ou de queijo, muitos esperam um lanche saboroso, mas poucos consideram os possíveis impactos na saúde. No entanto, estudos recentes estão lançando luz sobre os efeitos dos alimentos ultraprocessados, incluindo itens aparentemente inofensivos, como barras de granola e iogurte com sabor.

A classificação de alimentos ultraprocessados, proposta pela primeira vez em 2009 por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), é baseada no nível de processamento industrial, em vez do tipo de alimento em si. Esta abordagem divide os alimentos em quatro grupos, desde os naturais e minimamente processados até os ultraprocessados, que utilizam formulações complexas e técnicas de fabricação.

A professora Marion Nestle, especialista em políticas alimentares da Universidade de Nova York, destaca que os alimentos ultraprocessados contêm aditivos como realçadores de sabor e corantes, tornando-os estáveis em prateleira e irresistíveis para muitos consumidores. No entanto, estudos observacionais têm consistentemente associado o consumo desses alimentos a uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.

Um estudo recente, publicado no jornal The BMJ, descobriu que o consumo de alimentos ultraprocessados estava relacionado a um aumento no risco de mortalidade por várias causas, incluindo doenças neurodegenerativas. Embora esses estudos não estabeleçam uma relação causal direta, evidências crescentes indicam os impactos negativos desses alimentos na saúde.

Além disso, ensaios clínicos controlados demonstraram que as dietas ricas em alimentos ultraprocessados levam ao ganho de peso significativo. De acordo com as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, Um estudo liderado por Kevin Hall, do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais, revelou que os participantes consumiam mais calorias e ganhavam peso quando submetidos a uma dieta ultraprocessada, em comparação com uma dieta minimamente processada.

Um desafio adicional é a onipresença desses alimentos na dieta moderna. Pesquisadores descobriram que mais da metade da dieta dos adultos americanos é composta por alimentos ultraprocessados, um número ainda maior entre as crianças.

Embora os alimentos ultraprocessados sejam frequentemente escolhidos pela conveniência e pelo baixo custo, pesquisas sugerem que investir em uma dieta minimamente processada pode trazer benefícios à saúde a longo prazo. No entanto, nem todos os alimentos ultraprocessados são igualmente prejudiciais, e estudos em andamento estão buscando identificar quais itens podem ser mais problemáticos.

À medida que novas diretrizes dietéticas estão sendo preparadas nos Estados Unidos, espera-se que haja uma maior consideração dos efeitos dos alimentos ultraprocessados na saúde pública. Com uma compreensão mais profunda desses alimentos e de seus impactos, os consumidores podem fazer escolhas mais informadas para promover uma dieta saudável e equilibrada.

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