Dourados adota medidas extraordinárias para alcançar meta de vacinação contra a dengue

Foto de capa: Rogério Vidmantas/Prefeitura de Dourados
Foto de capa: Rogério Vidmantas/Prefeitura de Dourados

Ação teve apoio de equipes extras para o “Dia D”

Em um esforço conjunto para fortalecer a imunização contra a dengue e validar os resultados promissores de um estudo que colocou Dourados como referência nacional, a prefeitura da cidade e a renomada Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram um mutirão com equipes extras nas ruas. Desde janeiro, cerca de 50 mil pessoas, com idades entre 4 e 59 anos, já receberam a primeira dose da vacina na cidade. Porém, para atingir a meta estabelecida até 30 de abril, é necessário ao menos dobrar esse número, sendo que a cidade dispõe de um estoque de 150 mil doses.

Dourados se destaca como a única cidade do Brasil a realizar uma imunização em massa e gratuita contra a dengue, resultado de um estudo em colaboração com o laboratório japonês Takeda Pharma, fabricante da única vacina aprovada pela Anvisa. A data para a aplicação das doses segue critérios técnicos definidos pelo laboratório, considerando um intervalo de 3 meses entre as duas doses.

“Estamos intensificando todas as nossas ações. Além das unidades básicas e da sala de vacinação do PAM, contamos com 10 equipes volantes para ações extras de imunização”, afirma o secretário municipal de saúde, Waldno Pereira Lucena Júnior. Até mesmo carros de som estão sendo utilizados para percorrer os bairros, visando chamar a atenção dos moradores e garantir o acesso à vacinação.

O próximo sábado será marcado pelo “Dia D” de vacinação, com todas as unidades de saúde abertas para receber o público. “Estamos programando o Dia D de vacinação que vai ser no sábado. Todas as unidades de saúde estarão abertas para receber o público para a campanha de vacinação tanto para dengue quanto para influenza”, detalha o coordenador do estudo, o médico infectologista e pesquisador doutor da Fiocruz, Julio Croda.

Após as duas doses, a vacina oferece proteção por até cinco anos, conforme informações do laboratório Takeda e da Anvisa. Esta estratégia de vacinação visa reduzir as hospitalizações e as mortes relacionadas à dengue.

É importante ressaltar que a vacina é segura, baseada em uma tecnologia com mais de 15 anos de desenvolvimento e alta segurança. “Não existe nenhuma justificativa para que a população desconfie desta vacina”, destaca Croda.

Sobre a meta estabelecida, Croda assegura que mesmo que não seja atingido o número ideal de pessoas vacinadas, os dados coletados serão fundamentais para a continuidade da pesquisa. “A pesquisa que avalia segurança e efetividade na vida real deve continuar mesmo com esse número mais reduzido de pessoas vacinadas”, afirma.

A dengue, uma doença infecciosa febril aguda transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, pode levar a quadros graves, e até o momento não há um tratamento específico. A vacinação em massa contra os quatro sorotipos virais da dengue representa um avanço significativo na prevenção e controle da doença.

Em relação ao restante de Mato Grosso do Sul, todas as cidades do estado estão oferecendo a vacinação contra a dengue, com ampliação da faixa etária do público-alvo por determinação do governo estadual. Crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos concentram o maior número de hospitalizações por dengue.

Até o momento, o estado já recebeu do Ministério da Saúde 73 mil doses do imunizante, com 32 mil doses aplicadas. São 4.325 casos confirmados de dengue este ano no estado, com 10 mortes, segundo o boletim epidemiológico mais recente divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde.

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