Estudo revela impacto positivo da vida online no bem-estar

Foto: weforum.org
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Nos últimos anos, debates acalorados têm circulado sobre os impactos negativos do uso excessivo da internet e das redes sociais na saúde mental. No entanto, um novo estudo, realizado com mais de 2,4 milhões de participantes ao longo de 16 anos, lança uma nova luz sobre o assunto, sugerindo que a vida online pode, na verdade, aumentar o bem-estar e a satisfação com a vida social.

Publicado na revista científica Technology, Mind and Behavior, o estudo adota uma abordagem global, buscando compreender os efeitos da internet em uma escala mais ampla. Markus Appel, psicólogo da Universidade de Würzburg, na Alemanha, destaca a importância de olhar para o quadro completo, afirmando que muitas vezes ignoramos essa perspectiva ampla ao discutir os impactos da internet em nossa sociedade.

Os efeitos negativos comumente associados à internet, como cyberbullying, vício em redes sociais e problemas de autoimagem, geralmente estão ligados ao comportamento nas redes sociais, observa Appel. No entanto, Andrew Przybylski, pesquisador da Universidade de Oxford, no Reino Unido, ressalta que estudos anteriores sobre o tema foram limitados a países de língua inglesa e tendiam a se concentrar principalmente na população jovem.

Para preencher essa lacuna, os pesquisadores conduziram um estudo abrangente, analisando dados de oito medidas de bem-estar da Gallup World Poll, uma pesquisa realizada em 168 países entre 2006 e 2021. Eles controlaram variáveis como renda, situação profissional, educação e problemas de saúde para obter uma imagem mais precisa.

Os resultados revelaram que, em média, pessoas com acesso à internet apresentavam uma satisfação com a vida, experiências positivas e contentamento com sua vida social cerca de 8% maior em comparação com aquelas sem acesso à internet. Os pesquisadores sugerem que atividades online, como aprender coisas novas e fazer amizades, podem contribuir significativamente para o bem-estar.

Por outro lado, um achado surpreendente foi que mulheres entre 15 e 24 anos que relataram ter utilizado a internet na última semana mostraram, em média, menor satisfação com o local onde viviam. Przybylski sugere que isso pode estar relacionado ao fato de que indivíduos que se sentem excluídos ou insatisfeitos em suas comunidades podem recorrer mais à internet como escape.

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores destacam a necessidade de mais estudos para confirmar e fortalecer as conexões entre o uso da internet e o bem-estar, indicando que essas relações podem ser mais complexas do que inicialmente sugerido.

Edição: Mato Grosso do Sul-Notícias * com informações da CNN

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