Mulheres têm mais benefícios com exercício físico do que homens, diz estudo

Mesmo em atividades moderadas, o risco de morte precoce é menor no público feminino.

Mulheres que praticam exercício físico regularmente têm um risco menor de morte precoce ou de desenvolver doenças cardiovasculares fatais em comparação com os homens que também se exercitam de forma regular. Essa diferença pode ser observada mesmo quando elas fazem menos esforço físico do que os homens.

As descobertas são de estudo publicado na última segunda-feira (19), no Journal of the American College of Cardiology. Para chegar às conclusões, os pesquisadores analisaram dados de mais de 400 mil adultos norte-americanos com idades entre 27 e 61 anos, ao longo de duas décadas.

Quais foram os resultados do estudo?

Segundo o estudo, as mulheres que praticavam exercícios físicos tinham 24% menos probabilidade de morte por qualquer causa em comparação com aquelas que eram sedentárias. Já os homens tinham 15% menos risco de morte por qualquer causa em comparação com os que não praticavam atividade física.

Em relação às chances de desenvolver doenças cardíacas fatais, como infarto, AVC (acidente cardiovascular cerebral) ou outro evento cardiovascular, as mulheres que se exercitavam regularmente tinham 36% menos risco, enquanto os homens apresentavam risco reduzido de 14%.

De acordo com os pesquisadores, as mulheres apresentaram menor risco de morte em comparação com os homens em todos os tipos de exercício, incluindo atividade aeróbica moderada, como caminhada rápida, e exercícios intensos, como aulas de spinning e musculação.

De acordo com as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, ainda segundo a pesquisa, cinco horas semanais de atividade física aeróbica moderada levou a um risco 24% menor de morte prematura para mulheres e 18% para homens. Resultados semelhantes foram atingidos com 110 minutos semanais de exercício aeróbico vigoroso, com 24% na redução do risco para mulheres e 19% para homens.

A musculação também pode ser mais benéfica para o público feminino, de acordo com o estudo. Os resultados mostraram que as mulheres que praticaram exercícios de força tiveram um risco de morte reduzido de 19%, enquanto os homens apresentaram um risco 11% menor, em comparação com quem não praticou esse tipo de atividade.

“As mulheres, em média, tendem a praticar menos exercício do que os homens e esperamos que essas descobertas inspirem mais mulheres a adicionar movimento extra às suas vidas”, afirma Susan Cheng, cardiologista e uma das autoras do estudo, em comunicado à imprensa.

“Mesmo uma quantidade limitada de exercícios regulares pode proporcionar um grande benefício, e isso é especialmente verdadeiro para as mulheres”, diz Cheng. “Tirar algum tempo regular para fazer exercícios, mesmo que sejam apenas 20 a 30 minutos de exercícios vigorosos algumas vezes por semana, pode oferecer muito mais ganhos do que elas imaginam.”

O que explica essa diferença entre os gêneros?

Para os autores do estudo, as diferenças nos resultados entre os gêneros podem ser explicadas por múltiplos fatores, como variações na anatomia e na fisiologia dos homens e das mulheres. Por exemplo, os homens costumam ter maior capacidade pulmonar, coração maior, maior quantidade de massa magra e maior proporção de fibras musculares do que as mulheres.

Isso faz com as atividades físicas exijam mais das capacidades respiratórias, metabólicas e de força durante os exercícios das mulheres. Consequentemente, elas podem colher mais benefícios para a saúde do que os homens.

Por: Gabriela Maraccini

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