Repelentes contra dengue são tóxicos para pets? Especialista responde

Os repelentes usados para prevenir a dengue podem ser tóxicos para os pets Zbynek Pospisil/GettyImages
Os repelentes usados para prevenir a dengue podem ser tóxicos para os pets Zbynek Pospisil/GettyImages

Uma das principais formas de prevenir a picada do Aedes aegypti em humanos pode trazer riscos à saúde dos animais de estimação.

Entre os principais cuidados para prevenir a dengue está o uso de repelentes. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), os mais indicados para evitar a picada do Aedes aegypti, transmissor da doença, são os produtos feitos à base de icaridina e DEET. Mas será que eles são tóxicos para os pets?

A médica-veterinária Paloma Caleiro, da equipe do pronto-socorro do Veros Hospital Veterinário, explica que os repelentes usados pelos humanos para se protegerem da dengue podem ser, sim, tóxicos aos animais de estimação. “Temos diversas apresentações no mercado, como sprays, cremes e aerossóis de uso ambiente, e todos podem levar a um quadro de intoxicação”, afirma.

Segundo a especialista, essa intoxicação pode ocorrer através da ingestão acidental desses produtos pelos pets. “Animais tendem a lamber produtos, assim como os bebês tendem a colocar tudo na boca”, exemplifica. Por isso, a melhor forma de proteger os animais dos repelentes é mantê-los fora do alcance deles.

Também não é recomendado passar repelentes para humanos em creme ou spray nos animais, pois eles também podem lambê-los e ingeri-los acidentalmente.

De acordo com as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, no caso dos repelentes aerossóis, a orientação é retirar os pets do ambiente por alguns minutos. “Eles têm o olfato muito mais sensível do que o nosso e a inalação desse produto pode causar, além de intoxicação, irritação da parte respiratória”, alerta a veterinária.

Sinais de intoxicação por repelente nos pets

Os sintomas mais comuns de intoxicação por ingestão de repelentes incluem vômitos, salivação, tremores e diarreia. Em casos mais graves, pode ocorrer fraqueza, convulsão e perda da consciência. Já quando a intoxicação acontece pela via inalatória, pode ocorrer tosse e espirros incessantes, dificuldade respiratória e língua arroxeada ou mais escura.

“Lembrando que, em qualquer desses sinais, não se deve medicar o animal em casa, nem dar alimentos, sucos ou leite. A indicação é buscar atendimento emergencial veterinário pois cada segundo conta para salvar a vida do pet e qualquer medicação ou alimento dado a mais pode interferir negativamente no trabalho do veterinário”, orienta Paloma.

Como proteger os pets do Aedes aegypti?

Os pets, como cães e gatos, não contraem dengue, mas podem pegar dirofilariose, uma doença também transmitida pelo Aedes aegypti. Para protegê-los da picada do mosquito, é importante usar repelentes próprios para o uso veterinário.

“Eles estão disponíveis nas formas de coleiras repelentes, sprays, pipetas, odorizadores de ambiente (de citronela, por exemplo) principalmente quando vão estar em locais com alta probabilidade de contato com esses vetores”, explica a veterinária.

As coleiras e as pipetas podem ser compradas com orientação do médico veterinário. A primeira opção costuma ter uma vida útil de 2 a 4 meses, enquanto a aplicação tópica pela pipeta deve ser reforçada a cada 30 dias. “O uso em ambiente de odorizadores e repelentes de ambiente devem sempre respeitar as indicações de uso e proteção para animais e crianças visando evitar intoxicações”, alerta Paloma.

Por: Gabriela Maraccini

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