Com baixa umidade do ar, partículas finas de poluição podem afetar trato respiratório e desencadear sintomas como tosse, sangramento nasal e dor de garganta.
Com uma nova onda de calor e baixa umidade, diversas cidades brasileiras estão sofrendo com altas temperaturas e tempo seco. Em algumas delas, como a capital de São Paulo, o céu escuro revela a baixa qualidade do ar – uma das piores entre as metrópoles do mundo nos últimos dias – e, também, a expansão das fumaças provenientes de queimadas.
Essa junção de fatores pode trazer consequências para saúde, principalmente a respiratória. “Todo o revestimento do trato respiratório precisa de umidade para o bom funcionamento, tanto para circulação do ar, quanto para promover barreira de proteção”, explica Humberto Bogossian, pneumologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
“Quando somos expostos a um ambiente mais seco, acaba ocorrendo um ressecamento do trato respiratório e pouco desse mecanismo de barreira é perdido. Isso pode gerar tanto uma irritação do trato respiratório, com sintomas como sangramento nasal, tosse crônica, dor de garganta e mudança no tom de voz, quanto a exacerbação de doenças respiratórias, como bronquite, enfisema e asma”, completa.
Diante desses riscos, algumas pessoas têm usado máscaras cirúrgicas — as mesmas utilizadas como proteção contra vírus respiratórios, como a Covid-19 — para tentar reduzir o contato com partículas de poluição e das fumaças provenientes das queimadas. Mas será que essa estratégia realmente funciona?
Segundo Bogossian, sim. “O uso de qualquer dispositivo de barreira, como a máscara, pode proteger contra a exposição à poeira e à poluição nesse período de seca, de baixa umidade e de queimadas, em que há o aumento de partículas que ficam dispersas no ar”, afirma o especialista.
De máscaras profissionais a bandanas: o que pode proteger?
Conforme as últimas informações noticiadas pela CNN Brasil, de acordo com o pneumologista, a proteção contra as partículas finas de poluição e de queimadas pode ser feita tanto por máscaras profissionais — como N95, PFF2 ou P100, recomendadas pelo Ministério da Saúde — quanto por máscaras ou itens artesanais, como bandanas e panos.
“Se não houver condições para adquirir máscaras profissionais, é possível proteger o rosto com um pano ou uma bandana, que já oferecem uma barreira de proteção para o trato respiratório. Tudo o que puder usar para restringir a chegada [de partículas] diretamente ao nariz e à boca, já vai ser ótimo”, afirma Bogossian.
Outras formas de se proteger contra o tempo seco e poluição
Além do uso de máscaras e barreiras protetoras, o pneumologista recomenda outras medidas para proteger a saúde dos efeitos causados pelo tempo seco, da poluição e da fumaça proveniente de queimadas. É o caso de:
- Evitar ficar ao ar livre nas áreas de maior calor e concentração de poluentes (entre 12h e 16h);
- Hidratar a pele com cremes;
- Beber bastante água ao longo do dia;
- Manter janelas e portas fechadas;
- Usar umidificador de ar ou balde com água em ambientes internos.
Por: Gabriela Maraccini