Turismo de Mato Grosso do Sul teve o 6º melhor desempenho do Brasil

Recorde histórico reconsolida movimento de R$ 55,4 bilhões no primeiro trimestre de 2025

O turismo nacional iniciou 2025 com força total e desempenho impressionante. De janeiro a março, o setor acumulou um faturamento de R$ 55,4 bilhões, superando pela primeira vez o marco histórico anterior registrado em 2014, quando foram movimentados R$ 52,5 bilhões, ambos valores atualizados pela inflação. A análise foi realizada pela FecomercioSP, com base em dados oficiais do IBGE.

Com esse resultado, o turismo alcançou o melhor trimestre da série histórica e apresentou um avanço de 5,8% em relação ao mesmo período de 2024. Somente no mês de março, o setor faturou R$ 18 bilhões, crescimento de 6,6% na comparação anual — melhor desempenho para um mês de março desde 2012.

Carnaval impulsiona, mas tendência é de consolidação

Embora o carnaval tenha sido um motor essencial para a alta em março, especialistas destacam que o aquecimento do setor turístico vem se sustentando mesmo diante de fatores adversos como juros elevados e inflação persistente. O turismo é, por natureza, um setor de consumo planejado, e o aumento da formalização do mercado de trabalho tem levado as famílias brasileiras a priorizarem experiências de lazer, mesmo que em novos formatos ou destinos.

Além disso, muitos consumidores têm buscado opções mais acessíveis, compensando o aumento dos preços de passagens e hospedagens com estratégias alternativas. O movimento reforça a resiliência e a adaptabilidade do setor, que deve continuar se destacando ao longo do ano.

Hospedagem e transporte aéreo puxam crescimento

Entre os segmentos que mais se sobressaíram, o de alojamento foi o que mais cresceu. O faturamento de hotéis e pousadas atingiu R$ 2,51 bilhões em março, um salto de 20,2% em relação ao ano anterior. No acumulado trimestral, o crescimento chega a 10%. A alta foi impulsionada, principalmente, pelo reajuste das tarifas — que subiram cerca de 16% — já que a taxa de ocupação teve variação modesta, de 1,1%, conforme dados do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb).

Outro destaque foi o transporte aéreo, que registrou alta de 8,7% em março, com receita de R$ 4,3 bilhões. No acumulado do trimestre, a elevação foi de 8,5%. O número de passageiros transportados atingiu recordes históricos, mesmo com um aumento moderado nas tarifas de apenas 6,21%, segundo o IBGE. A ANAC apontou, inclusive, uma redução no valor médio das passagens: de R$ 673 para R$ 576.

O transporte aquaviário também apresentou desempenho expressivo, com alta anual de 11,5%, indicando expansão no uso de ferries e embarcações turísticas — impulsionadas, em parte, pelo feriado de carnaval.

Alimentação e cultura também avançam

O segmento de alimentação fora do lar arrecadou R$ 2,76 bilhões em março, crescendo 6,2% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. A demanda aquecida, combinada à alta dos preços dos insumos, contribuiu para esse avanço.

As atividades culturais, recreativas e esportivas também apresentaram crescimento, ainda que mais tímido: 1,3%. Já agências de viagens e operadoras turísticas registraram alta de 2,9%. O setor de locação de veículos e transporte por aplicativo fechou março com avanço de 5,7%.

A única retração entre os segmentos analisados foi no transporte rodoviário de passageiros, que teve queda de 1,5%, refletindo a preferência crescente por alternativas mais rápidas e, muitas vezes, mais econômicas.

Bahia, Rio e Ceará: destaques regionais

No recorte estadual, a Bahia liderou com folga: crescimento de 20,4% no faturamento do turismo em março, puxado pelo forte apelo do carnaval. Rio de Janeiro (16,8%) e Ceará (13,9%) seguiram o mesmo caminho, impulsionados pelos grandes eventos e pela atratividade natural.

Outros estados que se destacaram foram:
Rio Grande do Norte (13,2%), Santa Catarina (12,1%) e Mato Grosso do Sul (11,7%), comprovando que o turismo nacional tem se espalhado com vigor por diversas regiões.

O Estado de São Paulo, com maior peso na economia do turismo, apresentou crescimento mais modesto: 4,8%, somando R$ 4,5 bilhões em faturamento. Em contrapartida, alguns estados registraram queda, como Mato Grosso (-9,7%), Roraima (-7,1%) e Rio Grande do Sul (-6,3%), impactados por fatores locais e conjunturais.

Perspectivas otimistas

Com os bons resultados nos primeiros três meses de 2025, o turismo nacional entra em uma nova fase de consolidação como força motriz da economia. Os dados apontam não apenas para uma recuperação pós-pandemia, mas para um novo ciclo de expansão que, se mantido, poderá transformar ainda mais o cenário do setor no Brasil.

Especialistas acreditam que, com a combinação de maior empregabilidade, turismo interno fortalecido e políticas regionais de incentivo, o país pode encerrar o ano com novos recordes e protagonismo no setor de serviços.

Por: Sergio Quevêdo Filho * Redação | matogrossodosulnoticias.com.br * com informações da Fecomércio-SP

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